Hoje recebi de uma internauta o texto sobre “O Machado” e me veio à lembrança a minha mãe que um dia me contou esta história. Depois, sempre que ela me via empenhada em terminar uma tarefa de escola, trabalho, ou escrevendo algum poema tentando encontrar inspiração em meio ao cansaço, ela chegava flutuando (mamãe andava com tanta leveza que flutuava, coisa de anjo!) e me dizia: - Lembra-te da lição do machado! Depois que mamãe se foi para as estrelas às vezes eu me esqueço da “amoladinha necessária”, mas nunca me esqueço do legado de lições que ela deixou... A lição do machado que ela contava era a seguinte:
Há muito tempo, tinha um lenhador que era afamado pela sua rapidez em cortar árvores. Apesar da idade avançada e da fragilidade do corpo ninguém conseguia ser mais rápido que ele.
Um jovem, querendo superar o velho lenhador pediu-lhe que lhe ensinasse a profissão e assim passou a trabalhar ao lado do lenhador no intuito de superá-lo e ser reconhecido como o mais ágil no ofício.
Passado algum tempo, o jovem desafiou o velho para uma disputa. Assim foram convocados juízes e as pessoas do lugarejo se juntaram para aplaudir o vencedor. O aprendiz tinha como meta derrotar o mestre. Assim, usou a força da sua jovialidade acreditando que o velho seria vencido.
Por vezes, o jovem olhava para ver onde estava o velho e o via recostado em algum tronco. Isso fazia com que ele se empenhasse mais acreditando que enquanto o velho descansava, ele trabalhava dobrado e seria o vencedor.
Vencido o tempo, os juízes contaram as árvores cortadas e para a surpresa do aprendiz o mestre havia cortado o dobro de árvores.
Indignado com o resultado o aprendiz pergunta: - Como o senhor pode me vencer se por várias vezes eu o vi recostado, tranqüilo, descansando enquanto eu trabalhava duro, me esforçando para cortar árvores? Onde está o segredo da sua vitória?
E o velho respondeu: - O segredo da vitória, meu caro jovem, está no corte do machado. De nada adianta a força bruta se o machado não estiver afiado. As vezes em que você me viu descansando, era quando eu parava para amolar o meu machado.No caminho da vida, nos empenhamos no derrube das nossas árvores e na busca desenfreada da vitória. Não paramos, não refletimos, não avaliamos nossos atos, não olhamos ao redor, não olhamos dentro de nós e, dia a dia, a meta que perseguimos com maior afinco, cada vez mais se distancia.
Por vezes, a nossa meta deixa de ser a mesma, pessoas mudam, sonhos mudam, objetivos mudam... Mas não paramos para a “amoladinha do machado” e persistimos no mesmo esforço, a nos desgastar e consumir nossa energia vital, quando uma simples paragem mudaria o curso das nossas vidas.
Nenhum tempo é perdido quando o usamos em nosso benefício. Nenhum ganho é maior que a felicidade que nos permitimos.
Às vezes, aquela “paradinha” para fugir da rotina, para arriscar uma nova empreitada – seja no campo financeiro, emocional ou afetivo – é o que nos faria vitoriosos e plenos, porque de nada adianta a vitória que exibirmos quando a nossa alma foi derrotada.
O dia em que o homem se convencer que é o único responsável pela sua felicidade, descobrirá o verdadeiro elixir da vida e Deus será convocado menos...
Enviado por Roy Lacerda do blog MomentoBrasil e foi aqui postado, por ser pertinente à proposta do Arca.