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sexta-feira, 31 de maio de 2013

EU, MELHOR




“Qual foi a experiência de vida que transformou você em alguém melhor?” Esta foi a pergunta feita pela redação de uma revista de circulação nacional, aos seus leitores. A questão gerou uma matéria muito inspirada, intitulada “Eu, melhor”, apresentando diversos relatos de pessoas e acontecimentos que as transformaram.
Encontros, desencontros, doenças, surpresas. Diversos tipos de experiências foram narradas e, ao final de cada relato havia uma pessoa agradecida e melhor.

Uma delas, ainda muito jovem, lembra o dia em que o pai recebeu o diagnóstico de câncer e veio contar à família. Pediu que não ficassem tristes, pois caso não conseguisse a cura, aproveitaria mesmo assim a oportunidade para se transformar em alguém melhor.

O homem buscou perdão e reconciliação com familiares. Um dia, ao ouvir de alguém a expressão “doença maldita”, rebateu dizendo: “Para mim, ela é bendita”.

Dois meses depois ela morreu. A filha, emocionada, afirma que não só ele se transformou em alguém melhor, mas mudou para melhor a vida de todos ao seu redor.

Seu exemplo é lembrado até hoje e sua conduta sempre será referência para aquele núcleo familiar.

A vida tem costume de surpreender. De repente, aparece alguém que, com um gesto, abre nossos olhos. Ou um acidente no percurso, apontando para novas direções.

Às vezes, é uma viagem ou um encontro programado que segue rumos inesperados e nos transforma.

É a soma de eventos assim, belos e gratuitos, que nos faz melhores, mais fortes, mais maduros. Pode ser uma soneca no ônibus, um encontro com um desconhecido, um raio que clareia tudo ou a proximidade da morte.

O que importa é olhar para essas experiências e reconhecer que elas nos ensinaram e, do seu jeito, nos fizeram mais felizes.

Sem pedir nada em troca, são pequenas graças plantadas no cotidiano. Como se fosse sinais, apontando para lugares onde podemos ser mais leves e alegres.

Então, quando olhamos para trás e enxergamos o caminho percorrido, só nos resta agradecer, do fundo do coração, à vida, que nos faz uma versão melhor de nós mesmos.

Todas as forças da natureza nos impulsionam para frente, rumo ao progresso inevitável. Progresso da alma, que vai se tornando mais sensível, mais amorosa, mais madura. Progresso também da mente, mais esclarecida, com capacidade de tomar decisões com mais segurança.

Aproveite esses momentos de reflexão, onde você estiver, para lembrar que experiências fizeram de você alguém melhor, e se você soube ou está sabendo aprender com os acontecimentos da vida.

Todos eles, julgados como “bons ou maus” por nós, trazem dentro de si o objetivo de depurar o Espírito aprendiz.

“Qual foi a experiência de vida que transformou você em alguém melhor?”

quinta-feira, 30 de maio de 2013

FELIZ PÁSCOA



Festa da primavera para os pastores nômades na época pré-mosaica, festa dos hebreus que comemora a saída do Egito e festa da ressurreição de Cristo para os cristãos, o sentido da Páscoa se perdeu ao longo dos anos para as civilizações modernas e ocidentais. 
Nós guardamos a Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo como símbolo de perdão, libertação e demonstração do grande amor de Deus para que uma vez mais os homens se reconciliem com Ele. Se os judeus sacrificam cordeiros, nós temos um que foi sacrificado uma única vez para que através desse sacrifício pudéssemos voltar ao Pai.
Páscoa para nós é isso então: não uma festa onde distribuímos ovos de chocolate, mas uma festa onde podemos sentir nos nossos corações que um dia um Homem foi capaz de dar a Sua vida pelo amor de todos nós. Por  que Cristo não morreu só para os cristãos, o sacrifício foi por todos, indistintamente. E cada vez que trocamos o verdadeiro sentido da nossa Páscoa por tradições que nos fazem esquecer dessa verdade, crucificamos Cristo uma vez mais.
Não há nada de errado em oferecer chocolate para amigos e crianças. Desenhar coelhinhos que simbolizam a fertilidade não é nada demais também. O que não podemos é nos esquecer de transmitir aos outros a grande verdade do Amor de Deus de que Cristo veio para nos libertar de uma escravidão que muitos teimam em continuar presos.  Se não somos felizes, se ainda estamos presos a coisas que nos impedem de ser livres, é porque não olhamos o suficiente para a Cruz de Cristo e para o túmulo vazio.
Páscoa é sobretudo uma festa de perdão! Que possamos pensar nisso. Não somente para aceitar aquele que nos foi oferecido, mas para dar aos que precisam do nosso, com o coração aberto, sincero e... quem sabe nas mãos um bonito, colorido e gostoso ovo de chocolate?!
Desejo a você uma linda Páscoa!!!

terça-feira, 28 de maio de 2013

ELES VIVEM



Ante os que partiram, precedendo-te na Grande Mudança, não permitas que o desespero te ensombre o coração. Eles não morreram. Estão vivos.
Compartilham-te as aflições, quando te lastimas sem consolo. Inquietam-se com sua rendição aos desafios da angústia quanto te afastas da confiança em Deus. Eles sabem igualmente quanto dói a separação.

Conhecem o pranto da despedida e te recordam as mãos trementes no adeus, conservando na acústica do espírito as palavras que pronunciaste, quando não mais conseguiram responder as interpelações que articulaste no auge da amargura. Não admitas estejam eles indiferentes ao teu caminho ou à tua dor.

Eles percebem quanto te custa a readaptação ao mundo e à existência terrestre sem eles e quase sempre se transforma em cirineus de ternura incessante, amparando-te o trabalho de renovação ou enxugando-te as lágrimas quando tateais a lousa ou lhes enfeita a memória perguntando porque.

Pensa neles com a saudade convertida em oração. As tuas preces de amor representam acordes de esperança e devotamento, despertando-os para visões mais altas na vida.

Quando puderes, realiza por eles as tarefas em que estimariam prosseguir e tê-los-á contigo por infatigáveis zeladores de teus dias.

Se muitos deles são teu refúgio e inspiração nas atividades a que te prendes, no mundo, para muitos outros deles és o apoio e o incentivo para a elevação que se lhes faz necessária.

Quando te disponhas a buscar os entes queridos domiciliados no Mais Além, não te detenhas na terra que lhes resguarda as últimas relíquias da experiência no plano material...

Contempla os céus em que mundos inumeráveis nos falam da união sem adeus e ouvirás a voz deles no próprio coração, a dizer-te que não caminharam na direção da noite, mas sim, ao encontro de Novo Despertar.

Por acreditar piamente nessas palavras, Marcela, é que eu procuro viver com alegria, para lhe dar a devida calma no coração e continuar sendo uma boa mãe para você. Eu te amo para sempre.

domingo, 26 de maio de 2013

ESTATURA ESPIRITUAL



Quando alguém nos pergunta sobre a nossa estatura, logo informamos quanto temos de altura. Mas se alguém nos perguntar sobre a nossa estatura espiritual, o que diremos? Talvez você nunca tenha pensado nisso, mas a estatura espiritual é a nossa real dimensão.
O notável poeta português Fernando Pessoa escreveu, numa de suas poesias: “porque eu sou do tamanho do que vejo e não do tamanho da minha altura...” Eu sou do tamanho do que vejo, eis os parâmetros para saber nossa real estatura.

Como você observa o mundo? De que maneira age em seu âmbito de influência? Como trata as questões do universo em que se movimenta? As respostas a essas perguntas ajudam a dimensionar sua estatura espiritual.

Se você observa o mundo de um ponto de vista abrangente, que contempla mais do que seu próprio lar, seu emprego, seus familiares e seus amigos... tem uma boa estatura.

Se em seu âmbito de influência você prioriza sempre e incondicionalmente o bem geral, a nobreza das iniciativas, a importância de cada pessoa envolvida no contexto, você é grande.

Se nas decisões que lhe cabem você sempre leva em conta o esforço, a dedicação, a intencionalidade de quem lhe apresenta um projeto, uma nova ideia, uma sugestão, você tem uma ótima estatura.

Se trata com a mesma consideração e respeito todas as pessoas, se não discrimina ninguém, se não faz prejulgamentos e age sempre com justiça, você é gigante.

Mas... se seu mundo se resume nos seus próprios interesses e nos de seus familiares, do seu time de futebol, do seu partido político, da sua religião...

Se você rejeita projetos novos que lhe são apresentados, sugestões ou opiniões que venham de pessoas que você não estima, ou ofereçam algum risco aos seus interesses pessoais...

Se age de acordo com as suas conveniências, da de seus correligionários, dos que pensam como você, então você tem estatura espiritual de pigmeu.

Existem pessoas que não conseguem vislumbrar os verdadeiros valores da vida, porque sua estatura espiritual é mínima. São essas as pessoas que sentem inveja, ciúmes, e não suportam ver os outros felizes.

Por causa da sua miopia espiritual, não admitem o bem realizado por um indivíduo que torce para o time adversário, professa uma fé diferente da sua ou tem ideias divergentes.

Ainda que trabalhem na mesmo corporação, professem a mesma fé, ou sejam do mesmo partido político, esses pigmeus não aceitam as boas ideias, simplesmente porque não são suas. Essa é uma visão muito limitada e é por isso que vivemos num mundo ainda problemático, do ponto de vista ético-moral.

Quando nossos horizontes se ampliarem, e a nossa visão for bem maior que a nossa altura, então formaremos uma nação onde a felicidade poderá fazer morada.

Pessoas que têm uma visão abrangente da vida são as que fazem o bem pelo bem, e não por conveniência ou interesses escusos. Valorizam as boas iniciativas por elas mesmas, e não pelas pessoas envolvidas.

O bem geral passa a ser a meta, e quem quer que deseje unir forças para realizá-lo será bem vindo, como um verdadeiro irmão.

E agora, você já sabe responder qual é a sua real estatura? Lembre-se de que você é do tamanho do que vê e não do tamanho da sua altura...

sábado, 25 de maio de 2013

ESCOLHE OLHAR AS BÊNÇÃOS



Se a doença te visita trazendo-te sofrimento, medo, apreensão, escolhe olhar as bênçãos. Não dês força para a doença. Escolhe olhar para as outras partes de sua vida onde tudo está fluindo normalmente.
Se perdeste um ente querido cuja ausência deixou-te pela metade, escolhe olhar as bênçãos. Não te detenhas na perda. Olha para os que ficaram e que ainda precisam da tua força,d o teu sorriso, da tua presença. Olha para ti mesmo. És responsável pelo teu bem estar.

Se dificuldades financeiras te afligem, não as aumente com reclamações e desatinos. Talvez seja um treino, uma lição a ser aprendida que se mostrará muito útil no transcorrer da tua vida. Escolhe olhar as bênçãos pois certamente há milhares delas ocorrendo em tua volta neste exato momento.

Se estás passando por grande injustiça, humilhação, traição ou abandono, se tuas melhores virtudes não são reconhecidas nem valorizadas pelos que te cercam, não oprimas ainda mais a ti mesmo alimentando mágoas, ira ou desalento. Escolhe olhar as bênçãos que, com certeza, ainda vicejam no jardim da tua existência.

Se um mal incurável apresentou-te, sinalizando a bancarrota de todos os teus ideais e de todo o teu amor à vida, não te deixes tomar pelo desespero. Escolhe viver o tempo que te resta da melhor maneira possível, lembrando-te que a morte é a grande niveladora para todos indistintamente. Mas enquanto ainda há vida, escolhe olhar as bênçãos que já desfrutaste e as muitas que ainda estão bem ao alcance de tua mão.

Se atravessas momentos de grande aflição, perdido dentro de ti mesmo, se perdeste a fé em ti, em Deus e nos homens, se vês cair por terra a construção que levaste anos para erigir, se percebes que será preciso rejuntar todos os cacos para recompor uma vida onde nada mais será como antes, tenta manter-te sereno e flexível. Confia ao menos no tempo que, no momento certo, te fará renascer das cinzas. Insiste em olhar as bênçãos. Elas estão presentes como o sol que as nuvens momentaneamente obscureceram.

Em todas as fases da tua vida, por mais desafiadoras que se te apresentem, por mais que onerem tua alma ao limite do insuportável para ti, tenta aquietar-te por um momento e tenta deter-te no bem. Acalma-te!

Talvez argumente o leitor, dizes isto porque não estás em minha pele, ignoras o meu fardo, não passaste pelo que eu estou passando.

Não, meu amigo! Apenas eu tenho verificado que qualquer fardo, por mais esmagador que seja, torna-se mais leve, mais fácil de ser carregado ou suportado quando escolhemos não fortalecê-lo, mas preferimos integrá-lo, aceitá-lo ou resolvê-lo, insistindo em olhar as muitas bênçãos que se apresentam, mesmo em meio ao mais profundo caos.