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sexta-feira, 31 de outubro de 2014

MALA DE VIAGEM



Felizes os que percebem a tempo,
que não têm uma boa bagagem,
antes de embarcar no último trem para o infinito,
aquele que passa sem avisar, que leva nossos sonhos,
deixando no rastro do horizonte apenas lembranças...
pedaços do que fomos, ou o que representamos para alguém.
Felizes os que acordam e resolvem viver,
decidem colocar na mala da vida os melhores momentos,
sendo importantes na vida de alguém,
conquistando tesouros que não enferrujam,
praticando a caridade, fazendo o bem sem olhar a quem.
Amizades que se consolidam na eternidade,
forjadas na união das mãos que se ajudam,
olhos que veem a dor e dividem o pão,
coração que sofre junto com a dor do outro,
que se compadece dos caídos,
que se entristece pelos que ficaram no chão.
São os que acordam para a realidade da vida,
que fazem mais do que viver; compartilham,
são generosos, enxergam o bem,
pouco falam, mas fazem  muito,
e descobrem por fim, que a mala está cheia,
e extremamente leve, não precisa de rodas,
dispensam carregadores e favores
pois estão cheias de respeito,
carinho e saudade,
uma mala inteira de felicidade.
Essas pessoas são inesquecíveis...
Eu acredito em você.
Autoria de Paulo Roberto Gaefke

www.meuanjo.com.br

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

TENTANDO UM NOVO AMOR



Para curar uma dor de amor, digam o que quiserem, só conheço um remédio: um amor novinho em folha. Enquanto nosso coração não encontrar outro pretendente, ficaremos cultivando o velho amor, alimentando-o diariamente, sofrendo por ele e, no fundo, bem no fundinho, felizes por ter para quem dedicar nossos ais e nossa insônia. A gente só enterra mesmo o defunto quando outra pessoa surge para ocupar o posto.
Se isso lhe parece uma teoria simplista, toque aqui. É simplista sim. Isso de enterrar o defunto do dia pra noite só funciona quando o defunto era apenas uma paixonite, um entusiasmo, fogo de palha. Porém, se era algo realmente profundo, um sentimento maduro, aí o efeito do novo amor pode revelar-se um belo tiro pela culatra. Ele acabará servindo apenas para dar a você a total certeza de que aquele amor anterior era realmente um bem durável. E a dor voltará redobrada.
Um beijo que deveria inaugurar uma nova fase em sua vida pode trazer à tona lembranças fortes do passado, e nem é preciso comparar os beijos, apenas as sensações provocadas. Quem já vivenciou isso sabe o constrangimento que é beijar alguém e morrer de saudades do antecessor.
Um novo amor pode transformar o que era opaco em transparência: você não sabia exatamente o que sentia pelo ex, se era amor ou não, então surge outra pessoa e você descobre que sim, era amor, caso contrário não sentiria esse abandono, essa perturbação, essa forte impressão de que está fazendo uma tentativa inútil, de que não conseguirá ir adiante.
Mas o que fazer? Encarar uma vida monástica, celibatária? Nada disso. Viva as tentativas inúteis! Uma, duas, três, até que alguma delas consiga superar de vez a inquietação do passado, que venha realmente inaugurar uma nova fase em sua agenda amorosa, que deixe você tranquilo em relação ao que viveu e ao que deve viver daqui pra frente.
No entanto, quanto mais escrevo, mais me dou conta de que não há fórmula que dê garantia para nossas atitudes, de que não há pessoa neste mundo que não possa nos surpreender, de que tudo o que vivemos são tentativas, e que inútil, inútil mesmo, nenhuma é.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

A INGRATIDÃO



Nos fazemos felizes, quando acolhemos em nós os resultados positivos daquilo em que colocamos nossa esperança e nosso coração.
Mas, de uma forma igual, a infelicidade nos atinge, não necessariamente por que nos tem como meta, mas por que assim a recebemos.
Para percebermos essa realidade, é só prestarmos atenção às nossas reações ante atos e os verdadeiros desejos daqueles que provocaram.
Há pessoas que nos ferem voluntariamente, mas numa grande maioria das vezes, nos sentimos feridos, tristes e abatidos simplesmente por que reagimos a um fato, gesto feito ou não ou a uma palavra dita ou esquecida.
Nossa sensibilidade ou melhor dizendo, susceptibilidade, encobre nosso céu, mesmo se fora o sol brilha com toda a sua força.
O amor puro e incondicional, por que amor, deveria fechar os olhos após cada ato. Dar-se, doar-se por amor e por que assim deve ser e ponto final seria a sublimação do altruísmo na raça humana.
Portanto, falhos somos no nosso amor e daí nasce o sentimento de ingratidão que machuca tanto nosso peito.
Achamos que as pessoas são ingratas por que esperamos delas um reconhecimento pelo que fazemos. Nos sentimos miúdos, usados, desgastados, por que damos sem cessar do nosso eu, nosso tempo e o retorno nunca vem. E nessa ansiedade, nos tornamos infelizes e culpamos o outro.
Ora... o verdadeiro amor que Deus nos ensina não é uma questão de prestar serviço e aguardar o pagamento. Isso seria um contrato. O verdadeiro amor é dar-se e ter como recompensa o sentimento de ter-se dado e feito bem ao próximo. Nada mais que isso.
Amar incondicionalmente é amar de olhos fechados e coração escancarado. É atravessar uma ponte e derrubá-la atrás de si, sem esperar retorno. E se contentar dessa ação. Sentir-se recompensado simplesmente por ter dado algo de si.
Se alcançamos essa grandeza de alma e riqueza de espírito, o sentimento de insatisfação desaparece e atingimos o ápice do amor.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

PESSOAS MUDAM



"Veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas; mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou…" (Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas)
Não se espante com a mudança nas pessoas,
você mesmo tem dias de "noite" e dias de "dia",
momentos em que a alegria te contagia,
e outros em que a tristeza te pega fundo.
Por isso, não queira entender o próximo,
busque antes, amar sem restrições,
sem cobranças ou imagens formadas.
Relacionamentos se dissolvem assim,
com a imagem que um forma do outro sem respeitar as mudanças,
sem se importar com os desejos próprios da alma que é única, individual,
e cheia de sonhos para realizar.
Ainda hoje, reflita sobre as suas próprias mudanças,
das necessidades ainda não satisfeitas,
dos sonhos desfeitos e dos desejos incontidos,
deixe escorrer pelo ralo da hipocrisia,
a falsa ideia de que somos certinhos,
de que somos sempre os mesmos.
Nós estamos em constante evolução,
somos hoje o fruto colhido do dia de ontem
e seremos amanhã,
a semente madura do que plantarmos ainda hoje.
Pense nisso!
Eu acredito em você.
Autoria de Paulo Roberto Gaefke

www.meuanjo.com.br