Eu considerei a glória de um pavão ostentando o
esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei lendo livros, e descobri
que aquelas cores todas não existem na pena do pavão. Não há pigmentos. O que
há são minúsculas bolhas d'água em que a luz se fragmenta, como em um prisma. O
pavão é um arco-íris de plumas.
Eu considerei que este é o luxo do grande artista,
atingir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De água e luz ele faz
seu esplendor; seu grande mistério é a simplicidade.
Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! minha
amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira em mim existem
apenas meus olhos recebendo a luz de teu olhar. Ele me cobre de glórias e me
faz magnífico.
5 comentários:
Belo texto!
"Beleza sem pretensão"!
Felicidades para você!
Beijos!
oi minha amiga,
a verdadeira beleza está realmente em enxergar o amor com os olhos da simplicidade...
lindo texto!!!
beijinhos
Como a natureza é sábia hein?
O pavão é belissimo, e eu pensava que o colorido das penas era dele mesmo.
bjokas =)
Que texto lindo,Rubem Braga é demais.
É uma pensar....
Bjs
Oi, Maria José...linda mensagem...informação interessante e conclusão maravilhosamente romântica.
Um abraço
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