Se não estivesse fora de moda eu iria falar de amor. Daquele amor
sincero, olhos nos olhos, frio no coração. Aquela dorzinha gostosa de ter muito
medo de perder tudo. Daqueles momentos que só quem já amou um dia conhece bem.
Daquela vontade de repartir, de conquistar todas as coisas. Mas não para
retê-las no egoísmo material da posse, mas doá-las, no sentido nobre de amar.
Se não estivesse fora de moda eu iria falar de sinceridade. Sabe,
aquele negócio antigo de fidelidade, respeito mútuo e outras coisas mais.
Aquela sensação que embriaga mais que a bebida. Que é ter, numa pessoa só, a
soma de tudo que as vezes procuramos em muitas. Admiração pelas virtudes,
aceitação dos defeitos e sobretudo, o respeito pela individualidade que até
julgamos nos pertencerem, sem o direito de possuir.
Se não estivesse tão fora de moda eu iria falar em amizade, apoio,
interesse. A solidariedade de uns pelas coisas dos outros e vice-versa. A união
além dos sentimentos e a dedicação de compreender para depois gostar.
Se não estivesse tão fora de moda eu iria falar em família. Sim!
Família! Pai, mãe, irmãos, irmãs, filhos, lar. O bem maior de ter uma
comunidade unida pelos laços sanguíneos e protegidas pelas bênçãos divinas. Um
canto de paz no mundo, o aconchego da morada, a fonte de descanso e a renovação
das energias. Família... O ser humano cumprindo sua missão mais sublime de
sequenciar a obra do criador.
E depois, eu iria até, quem sabe, falar sobre algo como: a felicidade!
Mas é pena que a felicidade, como tudo mais, há muito tempo já está fora de
moda.
Sabe de uma coisa? Sinto-me feliz por estar fora de moda. E você?
Também está fora de moda como eu? Espero que sim!
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