Páginas

sábado, 5 de dezembro de 2015

INSUBSTITUÍVEL (I)



Quantas vezes você já ouviu a frase: Ninguém é insubstituível?
Pensando bem, ninguém é insubstituível, no sentido de que todos os seres humanos são transitórios.
Hoje estamos aqui e amanhã poderemos não mais estar. E, a qualquer momento, poderemos ser substituídos no cargo que ocupamos, na realização da tarefa que nos devotamos.
E essa é uma realidade de muitas instituições, onde as pessoas são descartadas, por qualquer motivo ou motivo algum.
Contudo, ao se repensar bem a frase, percebemos que ela é inverídica sob variados aspectos.
Basta se faça um passeio pela História da Humanidade e logo descobriremos pessoas que fizeram a grande diferença no mundo. No campo de arte, recordemos de Beethoven. Ele morreu em 1827. Quem o
substituiu?
Embora tantos músicos depois dele, ninguém compôs sinfonias como ele o fez. Nunca mais houve outra Sonata ao luar. Ele foi único. E ouvindo as suas sonatas, seus concertos quem recorda que ele era surdo?
Único e insubstituível também foi Gandhi, o líder pacifista e principal personalidade da Independência da Índia.
Quem ensinou a não violência como ele o fez? Quem, depois dele liderou uma marcha para o mar, por mais de 320 quilômetros para protestar contra um imposto?
Quem conseguiu a independência de um país da forma que ele o fez?
E que se falar de Martin Luther King Junior? Depois dele, alguém teve um sonho que custasse a própria vida?
Um sonho em que os filhos de antigos escravos e os filhos de antigos proprietários de escravos se sentassem à mesa da fraternidade. Um sonho de que os homens não fossem julgados pela cor da sua pele, mas pela qualidade do seu caráter. Ele morreu em 1968. Quem o substituiu?
Quem substituiu Madre Teresa de Calcutá, com seu amor, seu bom senso, sua capacidade de entender a necessitada alma humana?
Quem substituirá o colo de mãe ao filho pequeno?
Quem poderá substituir o abraço da amada que partiu, do filho, do esposo que realizou a grande viagem?
Tudo isso nos leva a pensar que cada pessoa tem um talento especial, uma forma de ser particular e, com isso, marca sua passagem por onde passa. Outros virão e tomarão seu lugar, realizarão suas tarefas, dispensarão amor, farão discursos importantes, mas ninguém como ela mesma.
Um órfão encontrará amparo e ternura em amorosos braços, o esposo poderá tornar a se casar mas nunca será uma substituição. A outra pessoa tem outros valores, outros talentos, outra forma de ser.
Pensemos, pois, que, de verdade, cada um de nós onde está, com quem está, é insubstituível. O que cada um de nós realiza, a ternura que oferece, a amizade que dispensa, o carinho que exprime é único.
Isso porque somos Criação Divina inigualável.
Criados à imagem e semelhança do Criador, com nuances especiais, conquistadas ao longo das eras e que e expressam no sentir, no agir, no falar. Pensemos nisso e, em nossa vida, valorizemos mais as qualidades os amigos, familiares, colegas, conhecidos, tendo em mente que cada um deles é insubstituível.

E valorizemo-nos porque também somos insubstituíveis no coração das pessoas e no mundo.

2 comentários:

Guaraciaba Perides disse...

Um belíssimo texto, pois cada um de nós traz consigo o dom de ser único para uma, algumas ou muitas
pessoas e assim vivermos enquanto elas viverem.
um abraço

Anajá Schmitz disse...

Linda mensagem. Adorei. Hoje em dia muitos vivem a individualidade ainda bem que existirá pessoa que pensam no bem comum.
Bjos tenha um ótimo início de semana.