A cada novo dia adicionamos uma cena ao filme da nossa vida.
A cada novo dia escrevemos uma página do livro da nossa existência.
Cada novo dia desvela a oportunidade de plantarmos no jardim da nossa
alma as flores mais belas.
Devemos refletir constantemente sobre o filme que estamos filmando, o
livro que estamos escrevendo.
Devemos refletir constantemente sobre as flores que já plantamos, e as
que pretendemos plantar.
Esta vida terrena é deveras preciosa para que ocupemos o nosso tempo
com coisas pequenas tão somente.
Em meio aos mil afazeres de todo dia, devemos reservar a justa hora
para refletir sobre o sentido e o significado da nossa existência.
Quantas e quantas e quantas gerações nos antecederam; quantas e quantas
e quantas gerações nos sucederão.
A nossa existência terrena não passa de um ínfimo estalo diante da
vastidão cósmica.
O tique-taque dos relógios e a sucessão das noites e dos dias são
nossos por um breve instante apenas.
Assim como o corpo, a alma humana também precisa ser alimentada.
A reflexão, a filosofia, a arte, a espiritualidade, a compaixão, a
ternura e a poesia são como asas para nossa alma.
Teremos ouvidos para as canções que a ave da nossa alma cantarola?
Seremos suficientemente sábios para cuidar do seu suave voar?
Somos todos aves.
Somos todos jardins.
Somos todos jardineiros dos canteiros da nossa interioridade.
Quão triste seria ver as breves décadas da vida terrena escoarem
ligeiro enquanto nos ocupamos demasiadamente com prazeres, confortos e ganhos
materiais.
Quão triste seria se por descuido ou desatenção perdêssemos o bonde da
nossa essência, – o bonde a nos conduzir à nossa bem-aventurança.
Quão frequentemente nos conectamos à nossa essência?
Quão frequentemente recordamos de que somos ave, jardineiro e jardim?
Quão frequentemente conjugamos os verbos doar, partilhar, amar?
Quão intimamente nos encontramos conectados com os mistérios da
existência?
“Mistério não é o limite da razão mas o ilimitado da razão.” (Leonardo
Boff)
“Acolher, com atenção e reverência, os beijos do Mistério da Vida que
nos toca, inesperadamente, no segredo do labirinto do existir.” (Roberto Crema)
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