Sofremos pelo que
não temos, e muitas vezes,
pelo que
acreditamos que era nosso,
e na verdade, nunca
foi.
Sofremos, pela
incerteza do amanhã
que não nos
pertence,
mas que tentamos
controlar.
Sofremos pelas
amizades e afinidades
que tentamos
dominar, possuir sem medidas,
e que se afastam de
nós.
Sofremos pela
doença que podemos ter,
pela gripe que pode
virar bronquite,
e nos abatemos.
Sofremos pelo medo
do imponderável,
pelo que não
podemos medir,
pelo que não vemos,
mas as vezes, podemos ouvir,
e nos trancamos.
Sofremos pelas
nossas faltas,
e nos abatemos com
as dificuldades que criamos,
e estagnamos.
Por isso,
as notas que não
tiramos, as provas que não passamos,
os amores que não
vivemos, o abraço que perdemos,
os cadernos
amarelados, os cheiros da infância,
a velha chupeta
guardada ou perdida,
são doces
lembranças, mas até nelas, sofremos.
Sofremos, porque
não queremos nada simples,
nem simplesmente
viver,
em simplesmente
amar.
Temos medo de nos
entregarmos
definitivamente ao
amor,
medo de sofrer uma
dor maior,
por isso, sofremos,
até pelo que não
sabemos.
E, hoje,
sabendo que o
sofrer é uma antecipação da dor que nem sempre viveremos,
vou procurar
conquistar aquilo que realmente me cabe,
e se a dor me
visitar, vai me encontrar mais forte,
porque tenho a
exata medida de tudo o que já passei,
e sou o fruto
maduro dessa árvore chamada, vida.
Autoria de Paulo
Roberto Gaefke
www.meuanjo.com.br
Um comentário:
De muito bom gosto este texto, profundo e nos faz pensar.
Abraço
Postar um comentário