Dos males que têm assolado a humanidade, a depressão é um dos mais perigosos. Ela se infiltra de maneira hipócrita na vida das pessoas e se instala, conduzindo e condenando a sua vítima a uma vida quase vegetal.
No princípio, apenas uma tristeza; depois vem cansaço e desânimo até que aos poucos ela vai matando todas as forças vitais; a pessoa que sofre desse mal não vê nenhuma perspectiva para o futuro, acha que o presente não é interessante, não vê porta de saída e, pior, não sente vontade de vê-la.
A pessoa depressiva se
sente incompreendida e se isola. Se ninguém a entende não há por que tentar se
explicar. Por outro lado, o sentimento de abandono e solidão pode tornar-se
imenso e pesado. O simples fato de viver é um fardo pesado demais para se
carregar.
Ela pode ser causada por
várias coisas: perda, de uma maneira geral: a morte de alguém que se ama; perda
de um trabalho, amigo, namorado, enfim, de uma situação estável. O medo do dia
de amanhã, a incerteza do futuro. O sentimento de responsabilidade diante de um
nascimento, coisa comum entre as mulheres que acabam de dar à luz, explicado
clinicamente pela baixa de hormônios, também causa depressão. Há artistas
que não suportam o peso da fama. Uma vida monótona e vazia também conduz à
depressão.
Acredito que as pessoas
que levam a vida com mais seriedade tenham mais chance de tornarem-se
depressivas. As pessoas que pensam demais acarretam mais coisas sobre si
mesmas.
A ajuda clínica pode ser
benéfica, mas é preciso ir muito além para se ver livre dessa doença.
Conviver com um
depressivo é difícil, pois por mais que a gente diga para a pessoa reagir,
olhar para a frente, esta só vai sair desse buraco profundo se ela mesma sentir
que quer sair. Podemos, talvez, servir de muletas, mas não de cadeiras de rodas
para essas pessoas. Não podemos carregá-las nos braços o tempo todo, mesmo se
no mais íntimo do nosso coração é o que gostaríamos de fazer. Mas há pessoas
que não andam porque se recusam a andar; outras morrem porque decidem não mais
viver e não há nada que possamos fazer.
Podemos tentar ajudar a
pessoa a pensar positivo. Mas só pensar positivo não basta; é necessário agir
em função dos pensamentos. E é isso que precisamos compreender e fazer com que
compreendam.
E esse mal devastador
acaba não só com a pessoa atingida, mas se insinua em volta de todos aqueles
que o cercam. Lidar com um depressivo é duro, pois dá sentimento de
insuficiência, de incapacidade, de culpabilidade. Se não há um resultado,
acabamos nos perguntando se não poderíamos ter feito uma coisinha a mais para
ajudar, para levantar a pessoa e acabamos por nos sentir responsáveis, o que é
muito perigoso para o nosso próprio equilíbrio.
Mas, querem saber de uma
coisa? O importante é que façamos a nossa parte. Que estejamos do lado, que
estendamos a mão, que oremos, juntos ou sozinhos. O importante é que amamos e sabemos
que amamos a pessoa. Mas, ajudando, que saibamos estar o suficiente distantes
para não nos deixar contagiar. Talvez um cego entenda melhor o outro, mas ele
será melhor guiado por alguém que enxerga normalmente.
Nesse caso, melhor é
estar forte para tentar segurar a barra; estar firme caso o outro precise de
estaca; estar alegre caso um sorriso seja necessário; ter um canto nos lábios
para afastar a tristeza e um coração cheio de amor capaz de compreender,
aceitar e ajudar e ainda assim continuar inteiro.
Um comentário:
Não consigo ver as imagens do seu blog.
A depressão tem assolado a vida de muita gente, pq a tristeza tem se tornado comum...
bjokas =)
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