Eu quero dar meu depoimento. Creio ter um problema.
Se mulheres que amam demais são aquelas que sufocam seus parceiros, que não
confiam neles, que investigam cada passo que eles dão e que não conseguem
pensar em mais nada a não ser em fantasiosas traições, então eu preciso
admitir: sou uma mulher que ama de menos.
Eu nunca abri a caixa de mensagens do celular do
meu marido. Eu nunca abri um papel que estivesse em sua carteira. Eu nunca fico
irritada se uma colega de trabalho telefona pra ele. Eu não escuto a conversa
dele na extensão.
Eu não controlo o tanque de gasolina do carro dele
para saber se ele andou muito ou pouco. Eu não me importo quando ele acha outra
mulher bonita, desde que ela seja realmente bonita. Se não for, é porque ele
tem mau gosto. Eu não me sinto insegura se ele não me faz declarações de amor a
toda hora.
Eu não azucrino a vida dele.
Segundo o que tenho visto por aí, meu diagnóstico é
lamentável: eu o amo pouco. Será?
Obsessão e descontrole são doenças sérias e merecem
respeito e tratamento, mas batizar isso de "amar demais" é uma romantização
e um desserviço às mulheres e aos homens. Fica implícito que amar tem medida,
que amar tem limite, quando na verdade amar nunca é demais. O que existe são
mulheres e homens que têm baixa autoestima, que têm níveis exagerados de
insegurança e que não sabem a diferença entre amor e possessão. E tem aqueles
que são apenas ciumentos e desconfiados, tornando-se chatos demais.
Mas se todo mundo concorda que uma patologia pode
ser batizada de "amor demais", então eu vou fundar As Mulheres que
Amam De Menos, porque, pelo visto, quem é calma, quem não invade a privacidade
do outro e quem confia na pessoa que escolheu pra viver também está doente.
2 comentários:
oi minha amiga,
adoro as escritas da Martha,
que você tenha um Natal lindo e carregadinho de amor...
beijinhos
Oi Maria José, os textos da Martha são sempre muito especiais, mas nem sempre a relação se resume em quem ama demais ou de menos. Nunca fiz nada disso e nem precisava, porque o óbvio não é uma obsessão, mas uma grande falta de respeito da outra parte. No casamento existem algumas regras que precisamos seguir e acredito que a fidelidade é uma delas. Se essa regra é quebrada, não é necessário drama ou ameaças para o rompimento do contrato. O cônjuge que traiu deve respeitar as condições. E, não agir com o criança, que se arrepende e depois volta a praticar a mesma coisa... para caracterizar que a "mulher é que ama demais e acha demais", ameaçando de morte a esposa, caso insista no divórcio.
Não há mulher que ama de menos, há mulher que sabe muito bem o que quer e não aceita uma união barata.
Acredito, que cada caso é um caso e, não pode ser generalizado.
Desejando que seja sempre muito abençoada e que 2015 seja repleto de conquistas, abraços carinhosos
Maria Teresa
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