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domingo, 21 de dezembro de 2014

MULHERES QUE AMAM DE MENOS...



Eu quero dar meu depoimento. Creio ter um problema. Se mulheres que amam demais são aquelas que sufocam seus parceiros, que não confiam neles, que investigam cada passo que eles dão e que não conseguem pensar em mais nada a não ser em fantasiosas traições, então eu preciso admitir: sou uma mulher que ama de menos.
Eu nunca abri a caixa de mensagens do celular do meu marido. Eu nunca abri um papel que estivesse em sua carteira. Eu nunca fico irritada se uma colega de trabalho telefona pra ele. Eu não escuto a conversa dele na extensão.
Eu não controlo o tanque de gasolina do carro dele para saber se ele andou muito ou pouco. Eu não me importo quando ele acha outra mulher bonita, desde que ela seja realmente bonita. Se não for, é porque ele tem mau gosto. Eu não me sinto insegura se ele não me faz declarações de amor a toda hora.
Eu não azucrino a vida dele.
Segundo o que tenho visto por aí, meu diagnóstico é lamentável: eu o amo pouco. Será?
Obsessão e descontrole são doenças sérias e merecem respeito e tratamento, mas batizar isso de "amar demais" é uma romantização e um desserviço às mulheres e aos homens. Fica implícito que amar tem medida, que amar tem limite, quando na verdade amar nunca é demais. O que existe são mulheres e homens que têm baixa autoestima, que têm níveis exagerados de insegurança e que não sabem a diferença entre amor e possessão. E tem aqueles que são apenas ciumentos e desconfiados, tornando-se chatos demais.
Mas se todo mundo concorda que uma patologia pode ser batizada de "amor demais", então eu vou fundar As Mulheres que Amam De Menos, porque, pelo visto, quem é calma, quem não invade a privacidade do outro e quem confia na pessoa que escolheu pra viver também está doente.

2 comentários:

Rô... disse...

oi minha amiga,

adoro as escritas da Martha,
que você tenha um Natal lindo e carregadinho de amor...

beijinhos

Maria Teresa Valente disse...

Oi Maria José, os textos da Martha são sempre muito especiais, mas nem sempre a relação se resume em quem ama demais ou de menos. Nunca fiz nada disso e nem precisava, porque o óbvio não é uma obsessão, mas uma grande falta de respeito da outra parte. No casamento existem algumas regras que precisamos seguir e acredito que a fidelidade é uma delas. Se essa regra é quebrada, não é necessário drama ou ameaças para o rompimento do contrato. O cônjuge que traiu deve respeitar as condições. E, não agir com o criança, que se arrepende e depois volta a praticar a mesma coisa... para caracterizar que a "mulher é que ama demais e acha demais", ameaçando de morte a esposa, caso insista no divórcio.
Não há mulher que ama de menos, há mulher que sabe muito bem o que quer e não aceita uma união barata.
Acredito, que cada caso é um caso e, não pode ser generalizado.
Desejando que seja sempre muito abençoada e que 2015 seja repleto de conquistas, abraços carinhosos
Maria Teresa