Precisamos parecer um pouco com os outros para compreendê-los, mas
precisamos ser um pouco diferentes para amá-los. [Paul Géraldy (poeta e dramaturgo francês –
1885-1983)]
O perdão é uma ferramenta indispensável para
nossa libertação. Se me perguntarem qual o sentimento mais
libertador, eu direi, sem pensar muito, que é o ato de perdoar. O perdão,
através do verdadeiro acolhimento e da real compreensão da situação que nos
magoou, consegue nos encaminhar para a alforria de qualquer dor, cisão, e
nos abre o caminho para a verdadeira inteireza.
Quando me refiro ao ato de perdoar, não é sobre o perdão eclesiástico, por
medo de arder no fogo do inferno. Muito menos referente à submissão de
outrem à nossa própria altivez, nos delegando algum poder ou superioridade,
como se tivéssemos o poder divino de decisão. Não estou falando também de empurrar emoções para debaixo do tapete,
motivado(a) pela ilusão de que sentimentos reprimidos não representam ameaças.
Não. Falo sobre a compreensão genuína das nossas mágoas, ressentimentos, medos
e melindres, para que possamos acolhê-los, compreendê-los e perdoar a nós
mesmos e aos outros.
Viver, conviver, compartilhar significam ganhos e perdas nas relações. As
pessoas são diferentes, têm suas dificuldades, suas inseguranças, suas
carências, e quando isso é colocado em xeque ou em confronto com o outro, o
cálice transborda.
Na maioria das vezes sobram ressentimentos, amarguras e uma terrível
sensação de decepção e desamparo.
Quem nunca
se sentiu assim? Pois é, mas a vida
continua e precisamos estar inteiros e disponíveis para sermos quem em verdade
somos. Não podemos carregar uma bagagem pesada e estarmos, ao mesmo tempo,
livres e íntegros.
Quando um copo está cheio, uma gota o faz transbordar. As pessoas são
humanas, como nós; erram, acertam; não se pode esquecer que ninguém é igual
sempre. O que eu fui ontem, certamente não é mais o que sou hoje.
Os sentimentos mudam, os valores também. Ficarmos atrelados ao passado,
seja nosso ou do outro, é estúpido, improdutivo e, o pior, involutivo.
Ser tomado pela fúria e por mágoas demanda muita adrenalina, desgaste
físico, emocional, mental e energético. Perdemos muito, em todos os sentidos,
com essas emoções.
Precisamos exonerar pensamentos obsessivos que insistem em nos perseguir
e se instalar em nosso emocional.
Se estamos lotados de raiva, rancor e anseios de retaliação, contaminamos
nosso ambiente, as pessoas, nossos projetos, nossos desejos, e perdemos essa
energia fecunda que nos faz prósperos, bem-sucedidos, amados, criativos,
generosos e consequentemente inteiros e mais felizes.
“Uma certa vez um velho índio disse: dentro de mim, existem dois
cachorros: um deles é cruel e perverso, o outro, generoso e magnânimo. Os dois
estão sempre brigando! Quando perguntaram qual dos dois cães ganharia a briga,
o sábio índio parou, refletiu e respondeu: Aquele que eu alimento!”
4 comentários:
Muito linda esta postagem...perdoar sempre - obrigatório!!!
Muito linda e o perdão é preciso, vale muito, desde que venha do coração e seja realmente verdade! beijos,chica
Oi Maria Jose,
nunca é demais estar-se debatendo este tema, levando à reflexão necessária por cada dia e cada situação referente.
Concordo com a autora sobre o ato de perdoar; não é fácil, mas é ato libertador.
Um abraço,
Calu
Oi, Maria... Uma linda mensagem e reflexção. Importante ter-se conciência da importância do perdão na nossa vida. È divino! Gostei muito também da imagem. Querida amiga, quero deixar um grande abraço ao seu Pai. Belo texto e foto! Um ser iluminado... muitas bençãos sempre, saúde e paz! Bjos e boa semana.
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