O avanço tecnológico nos permite ver e localizar várias partes do mundo em tempo real. Podemos saber com uma precisão quase exata quantos quilômetros faremos em determinado tempo. Isso nos dá segurança, nos permite planejar.
Todavia, a estrada da vida de cada um continua uma incógnita. Planejamos sim, mas sem poder afirmar quantos quilômetros poderemos ainda percorrer e nem o tempo que teremos para isso.
Claro, esse desconhecimento do caminho não nos impede de ir adiante. Mas, por outro lado, faz por vezes que nos esqueçamos que não temos todo o tempo do mundo e vamos adiando certas pequenas coisas, talvez nem tão importantes em si, mas que nos fariam felizes.
Alguém me disse outro dia que o sonho de uma pessoa conhecida mundialmente e que deixou o mundo cedo demais era ir à Disneylândia. E essa pessoa me disse: - por que será que nunca foi? Eu respondi que é porque essa pessoa sempre achava que teria tempo para isso e deixava para amanhã, para o ano próximo ou, quem sabe ainda, para a velhice. Velhice esta que nunca alcançou...
A vida é uma estrada e cada minuto passado é irrecuperável. Cada sonho que temos, simples ou extraordinário, é um futuro que colocamos no coração. É um pedacinho de felicidade que almejamos e que, por vezes, pensamos poder deixar de lado para as outras prioridades da vida.
É possível que estejamos deixando a verdadeira felicidade para depois, como quem guarda o melhor para o fim, sem pensar que esse fim pode vir antes do que se espera ou que o cansaço da própria vida cause desânimo. Assim, os sonhos continuam sonhos, quimeras, felicidades impossíveis, intocáveis.
E o hoje passa que nem percebemos. Dizemos que a semana correu, o mês correu, o ano correu... E nós? Permanecemos nós, carregando muitos dos nossos sonhos, feito balões suspensos por uma linha, pensando que amanhã ou depois os traremos para mais perto, que poderemos tocá-los e senti-los. E nem pensamos que uma hora ou outra nossas mãos se abrem e o vento carrega a vida que não vivemos.
A estrada da vida, mesmo se na nossa frente, continua uma incógnita. Mas somos nós os passantes.
E se nosso sonho é uma flor, que a colhamos! Se é uma viagem, que a façamos com o maior prazer! Se é estar com alguém, que estendamos então nossas mãos e apressemos nossos passos!
Não sei o que virá depois da próxima curva. Mas o que sei é que antes dela, cada um deve procurar fazer-se feliz. Depois, virá o que virá.
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