Às vezes, cismas, coração amigo, como varar a treva, a cilada e o perigo, fazendo luz no próprio ser. Das perguntas que fiz, onde a aflição me encosta, deu-me a vida por única resposta: — Esquecer, esquecer.
Perguntei à roseira, aberta em pétalas e cores, como agüentar espinhos, produzindo flores por ofício e dever. Balançando a folhagem, a roseira me disse simplesmente: — Esquecer, esquecer.
Indaguei do diamante burilado, que lâmina lhe dera a forma de bordado, por estrela a esplendor. E a pedra, recordando lágrima perdida, respondeu, como que louvasse o sofrimento e a vida: — Esquecer, esquecer.
Inquiri da mulher pela maternidade, como criar um filho e dá-lo à humanidade, amando intensamente, a chorar e a sofrer. Comentando o progresso e o mundo, em novo brilho, ela disse, beijando as mãos do próprio filho: — Esquecer, esquecer.
Desse modo, também alma fraterna e boa, se buscas elevar-te, esquece-te e abençoa, não fujas à lição, se queres aprender... Serve e conquistarás o reino do amor puro, ouvindo a voz do céu, chamando-te ao futuro: — Esquecer, esquecer.
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