Há momentos em que tudo o que a gente precisa é dar
colo para o próprio coração. Aconchegá-lo no nosso olhar de escuta. Deixar que
perceba que naquele instante todas as outras coisas podem nos esperar um pouco;
ele, não. Ele é o nosso rei e o nosso reino. O papel para desenho e a caixa de
lápis de cor. A música e a orquestra. Nossa bússola e nosso mar. A flor, o
pólen, a borboleta, ao mesmo tempo. A colmeia e o mel. O centro, onde tudo
principia e para o qual tudo converge. Ele não pode esperar.
O coração da gente gosta de atenção. De cuidados
cotidianos. De mimos repentinos. De ser alimentado com iguarias finas, como a
beleza, o riso, o afeto. Gosta quando espalhamos os seus brinquedos no chão e
sentamos com ele para brincar. E há momentos em que tudo o que ele precisa é
que preparemos banhos de imersão na quietude para lavarmos, uma a uma, as
partes que lhe doem. É que o levemos para revisitar, na memória, instantes
ensolarados de amor capazes de ajudá-lo a mudar a frequência do sentimento. Há
momentos em que tudo o que precisa é que reservemos algum tempo a sós com ele
para desapertá-lo com toda delicadeza possível.
Coração gosta de espaço.
3 comentários:
Belo texto...Espectacular....
Cumprimentos
Olá, querida Maria José
Sempre com boas leituras pra enriquecer-nos...
Bjm fraterno
O coração...como precisa de cuidados!
um abraço, Paz e Amor!
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