Quando lembro o quanto algumas pessoas me ajudam
com o seu olhar amoroso, ao longo da estrada, sinto um ventinho bom percorrer
meu coração e arrepiar a vida toda de contentamento. Um ventinho quente,
parecido com o que toca a minha pele quando caminho na beira da praia nas
manhãs azuis que ainda se espreguiçam. A pele é o lado de fora do sentimento.
Quando lembro de cada nova muda de afeto que recebo
e vejo florescer devagarinho no meu jardim, a lembrança afasta as nuvens
momentâneas e deixa o céu à mostra. Faz um sorriso sereno acontecer em mim.
Acende uma música que a gente só consegue ouvir quando a palavra descansa.
Quando lembro que crescer é, no íntimo, um
exercício solitário, mas que não estamos sozinhos na sala de aula, saboreio o
conforto dessa recordação. Somos mestres e aprendizes uns dos outros, o tempo
todo. Estudamos, lado a lado, inúmeras lições, mas também criamos espaço para
celebrar os mágicos momentos de recreio. Às vezes, com alguma leveza, até
descobrimos juntos um segredo libertador: o aprendizado e o recreio não
precisam acontecer separados.
Quando lembro o quanto as nossas vidas se
entrelaçam amorosamente com outras vidas nessa tapeçaria de fios sutis dos
encontros humanos, a gratidão emerge e se espalha, em ondas de ternura, por
toda a orla do peito. Diante de tantas incertezas, essa verdade perene: o amor
compartilhado é o sábio curador.
Quando lembro, eu agradeço. E respiro macio.
Um comentário:
Quanta leveza a gente sente,
ao lembrar de pessoas,
que nos ensinam,
sem o peso da prova,
que a vida nos impõe.
Espalham amor e alegria,
com divina maestria,
nos enchem de esperança.
Obrigada, Ana Jácomo!
Obrigada, Maria José!
Tenham um semana abençoada,
Abraços carinhosos
Maria Teresa
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