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segunda-feira, 10 de agosto de 2015

POR CAUSA DESSA CRIANÇA



Nós todos nos sentimos sós de vez em quando. Mas existe aquele tipo de solidão que parece que nunca há de passar. As pessoas que nos cercam mostram-se muito envolvidas com seus afazeres, muito ocupadas para dar-nos atenção.
Algumas vezes elas veem a nós, mas logo se vão: há muitas coisas que elas precisam providenciar, resolver, fazer. É nessas horas que caímos em poços de silêncio, de frustradas esperas por socorro, de desapontamento e descrença.
Em torno de nós nossos objetos inanimados nem notados são. Temos a sensação de sermos a única ‘peça’ viva nesta imensa e deserta ilha chamada Mundo.
Aquela impressão de abandono parece ser nossa única companhia. Misturamos e confundimos nossos sentimentos: ora é raiva, ora é decepção, ora é amargura, ora é vontade de desaparecer de vez.
Porém, nunca paramos para notar que tudo isso ocorre porque apoiamos uma ‘mimada criança’ dentro de nós. Pois é... é ela que nos fere e nos angustia, a ponto de desabarmos, envolvidos com as mais profundas depressões.
Se ensinarmos a ela que o mundo não está ai para adaptar-se a nós, mas para nos adaptarmos a ele, ela deixará de fazer tanta bagunça em nosso mundo interior. Ela compreenderá que suas tristezas não são únicas, que sua felicidade nem sempre pode depender de terceiros, e que eles também têm iguais ou maiores necessidades.
Educando nossa criança interior, por nós tão mimada, conviveremos com ela sem lutas contra o mundo, sem rancores por ninguém, sem ressentimentos e mágoas que tanto nos perturbam e fazem mal.
De repente, um dia nos veremos doces, amáveis, desejando mais oferecer do que receber. É nesse dia que já não mais precisaremos cobrar nada de ninguém e aquilo de que realmente precisamos chegará a nós sem que façamos qualquer esforço ou exigência.
Não seria bom educarmos nossa ‘criancinha’  mimada e bagunceira? Que tal darmos a ela a chance de tornar-se grande, sem perder a candura, a pureza e a inocência dos despreocupados tempos da infância? Que bênção será podermos brincar com ela e com benfazejos amigos que, por lei de atração, se aproximarão de nós! E adeus, solidão! Adeus, depressão! Adeus, decepções!
A alegria de viver é nossa por direito e não depende dos outros. As coisas que desejamos já estão prontas em algum lugar. E na hora certa, determinada por Deus, elas pousarão bem nas palmas das nossas mãos!

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