Nós todos nos sentimos
sós de vez em quando. Mas existe aquele tipo de solidão que parece que nunca há
de passar. As pessoas que nos cercam mostram-se muito envolvidas com seus
afazeres, muito ocupadas para dar-nos atenção.
Algumas vezes elas veem a
nós, mas logo se vão: há muitas coisas que elas precisam providenciar,
resolver, fazer. É nessas horas que caímos em poços de silêncio, de frustradas
esperas por socorro, de desapontamento e descrença.
Em torno de nós nossos
objetos inanimados nem notados são. Temos a sensação de sermos a única ‘peça’
viva nesta imensa e deserta ilha chamada Mundo.
Aquela impressão de
abandono parece ser nossa única companhia. Misturamos e confundimos nossos
sentimentos: ora é raiva, ora é decepção, ora é amargura, ora é vontade de
desaparecer de vez.
Porém, nunca paramos para
notar que tudo isso ocorre porque apoiamos uma ‘mimada criança’ dentro de nós.
Pois é... é ela que nos fere e nos angustia, a ponto de desabarmos, envolvidos
com as mais profundas depressões.
Se ensinarmos a ela que o
mundo não está ai para adaptar-se a nós, mas para nos adaptarmos a ele, ela
deixará de fazer tanta bagunça em nosso mundo interior. Ela compreenderá que
suas tristezas não são únicas, que sua felicidade nem sempre pode depender de
terceiros, e que eles também têm iguais ou maiores necessidades.
Educando nossa criança
interior, por nós tão mimada, conviveremos com ela sem lutas contra o mundo,
sem rancores por ninguém, sem ressentimentos e mágoas que tanto nos perturbam e
fazem mal.
De repente, um dia nos
veremos doces, amáveis, desejando mais oferecer do que receber. É nesse dia que
já não mais precisaremos cobrar nada de ninguém e aquilo de que realmente
precisamos chegará a nós sem que façamos qualquer esforço ou exigência.
Não seria bom educarmos
nossa ‘criancinha’ mimada e bagunceira?
Que tal darmos a ela a chance de tornar-se grande, sem perder a candura, a
pureza e a inocência dos despreocupados tempos da infância? Que bênção será
podermos brincar com ela e com benfazejos amigos que, por lei de atração, se
aproximarão de nós! E adeus, solidão! Adeus, depressão! Adeus, decepções!
A alegria de viver é
nossa por direito e não depende dos outros. As coisas que desejamos já estão
prontas em algum lugar. E na hora certa, determinada por Deus, elas pousarão
bem nas palmas das nossas mãos!
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