Seria hipocrisia de nossa parte dizer
que as aparências não contribuem nesse mundo onde a imagem funciona como um
cartão de visitas: é o que se vê em primeiro lugar, o que chama a atenção ou
provoca, de imediato, uma reação positiva ou contrária.
Ignorar fatores da realidade que vivemos
não nos faz melhores, mais humildes, humanos ou sábios. Saber cuidar de si com
o mesmo carinho e atenção com o qual cuidamos das coisas que mais amamos é
sinal de sabedoria.
O que não podemos e devemos evitar é que
as aparências nos enganem e maquiem as verdadeiras belezas que estão no
interior de cada um. Aquelas coisas tão especiais e essenciais que só podem ser
vistas quando abrimos os olhos do nosso coração e da nossa alma.
É quando vemos através das aparências e
penetramos no eu de cada pessoa que percebemos as riquezas que se escondem, que
as conhecemos verdadeiramente.
Aprendemos com a vida que as aparências
não somente enganam ou criam ideias falsas e preconceitos, mas que com o tempo
elas se apagam.
A beleza exterior não é eterna. Mas a
que vem do interior não cria rugas, a terra não consome e se ela deve se
modificar é para ficar ainda mais aprimorada com a idade e as vivências.
A bondade, o altruísmo, o amor que nos
torna compreensivos e tolerantes são belezas invisíveis, mas tão enriquecedoras
que tornam o mais comum e simples dos mortais em um ser excepcional.
Talvez seja por isso mesmo que, segundo
a Bíblia, Jesus veio da forma mais simples e fisicamente não possuía atrativos.
Tudo o que nos deixou e ensinou perdura até hoje, ficará amanhã e ainda por
séculos e séculos.
E só aqueles que foram e são capazes de
ver através das aparências é que souberam amá-lo de todo coração, de toda alma
e de todo entendimento.
Só os que entendem isso nos dias
atuais é que podem crescer em sabedoria, dão-se aos outros sem contar e se
dirigem, passo a passo, na direção dos braços do Pai.