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terça-feira, 22 de abril de 2014

O MEDO DE AMAR


Medo de amar? Parece absurdo, com tantos outros medos que temos que enfrentar: medo da violência, medo da inadimplência, e a não menos temida solidão, que é o que nos faz buscar relacionamentos. Mas absurdo ou não, o medo de amar se instala entre as nossas vértebras e a gente sabe por quê.
O amor, tão nobre, tão denso, tão intenso, acaba. Rasga a gente por dentro, faz um corte profundo que vai do peito até a virilha, o amor se encerra bruscamente porque de repente uma terceira pessoa surgiu ou simplesmente porque não há mais interesse ou atração, sei lá, vá saber o que interrompe um sentimento, é mistério indecifrável. Mas o amor termina, mal-agradecido, termina, e termina só de um lado, nunca se encerra em dois corações ao mesmo tempo, desacelera um antes do outro, e vai um pouco de dor pra cada canto. Dói em quem tomou a iniciativa de romper, porque romper não é fácil, quebrar rotinas é sempre traumático. Além do amor existe a amizade que permanece e a presença com que se acostuma, romper um amor não é bobagem, é fato de grande responsabilidade, é uma ferida que se abre no corpo do outro, no afeto do outro, e em si próprio, ainda que com menos gravidade.
E ter o amor rejeitado, nem se fala, é fratura exposta, definhamos em público, encolhemos a alma, quase desejamos uma violência qualquer vinda da rua para esquecermos dessa violência vinda do tempo gasto e vivido, esse assalto em que nos roubaram tudo, o amor e o que vem com ele, confiança e estabilidade. Sem o amor, nada resta, a crença se desfaz, o romantismo perde o sentido, músicas idiotas nos fazem chorar dentro do carro.
Passa a dor do amor, vem a trégua, o coração limpo de novo, os olhos novamente secos, a boca vazia. Nada de bom está acontecendo, mas também nada de ruim. Um novo amor? Nem pensar. Medo, respondemos.
Que corajosos somos nós, que apesar de um medo tão justificado, amamos outra vez e todas as vezes que o amor nos chama, fingindo um pouco de resistência mas sabendo que para sempre é impossível recusá-lo.

5 comentários:

Unknown disse...

O medo de amar é real porque quem ama sofre. As pessoas tem medo do sofrimento e não medo do amor.
O medo de amar é fruto de não saber amar. Dar respeito e liberdade.

Anônimo disse...

pretty nice blog, following :)

Rô... disse...

oi minha amiga,

acho mesmo que temos medo de sofrer,
de sentir o coração apertado...
mas amar sempre vale a pena...

beijinhos

Bloguinho da Zizi disse...

Como tudo neste mundo, há um começo e um fim e não é diferente com o amor.
Mas ainda acho que amar é o melhor remédio.
Beijinhos Maria José
Estava com saudades!

Anônimo disse...

Existem vários sentimentos. Cada um tem sua aparência. cada um como sua expressão.Quando se ama, tem carinho,e quando tem carinho é porque existe amor.O ciúme é um sentimento de posse,o amor é lindo, transforma a alma.
Mas aprendi que são os pequenos acontecimentos diários que tornam a vida espetacular!
Bjs