Creio que não haja exercício mais difícil nesta
vida do que conviver com o outro. Aceitar as diferenças e administrar os conflitos,
sem que isso se torne uma guerra trata-se, certamente, de uma charada sagrada.
Sim, porque sem a convivência nos tornamos como que
sem propósito. Afinal, embora muitas vezes nos esqueçamos ou prefiramos ignorar
esta verdade, o fato é que tudo o que fazemos e somos está a serviço de apenas
um objetivo: sermos reconhecidos e amados.
Porém, é também na convivência que reside nosso
maior desafio, o mais humano e intrigante aprendizado, o mais intenso conflito
a que nos submetemos durante toda nossa existência, do primeiro ao último
suspiro!
É quando todos os nossos sentimentos - um a um –
ficam aflorados, expostos, escancarados; algumas vezes de forma linda, mágica,
encantadora... mas outras vezes, de forma ridiculamente mesquinha, pequena,
assombrada.
Se considerarmos que passamos a maior parte de
nosso tempo no ambiente de trabalho, haveremos de considerar que são as
relações nutridas neste lugar que nos servem como práticas mais recorrentes.
Embora, geralmente, não estejam aí nossos encontros
mais caros, é no trabalho que trocamos nosso comportamento por um valor
determinado, previamente combinado, estejamos satisfeitos ou não com este
montante. Portanto, este pagamento nos induz, muitas vezes, a agir de modo
comedido, engessado, como quem cumpre um script sem considerar os verdadeiros
sentimentos.
Acontece que não fomos feitos para o fingimento e
sim para a autenticidade, seja ela bonita ou não. Assim, mais cedo ou mais
tarde, é quem realmente somos que fica em evidência e é a partir daí que
encontramos bem-estar ou desespero, alegria ou angústia, prazer ou dor,
conciliação ou tormento.
Justamente por isso que acredito piamente ser a
gentileza nosso maior trunfo. Obviamente que não falo da gentileza protocolar,
mas daquela genuína, capaz de promover a paz nos relacionamentos do cotidiano.
Por isso, embora realmente seja difícil praticá-la em algumas ocasiões, penso
que é urgente começarmos a ser gentis com aqueles que dividem conosco o
ambiente de trabalho e com quem compartilhamos a mesma casa, o mesmo quarto e a
mesma cama.
Por quê? Pra que? Até quando? Bem... se ao menos
tentarmos e nos abrirmos para sentir os benefícios que a gentileza pode trazer
para nossas vidas, tanto do ponto de vista interno, quanto relacional,
certamente faremos um esforço.
10 dicas para ser gentil na convivência
1. Tente se colocar no lugar do outro. Tente de
verdade, com todo o seu ser. É eficiente demais esse exercício!
2. Aprenda a escutar. Esvazie seus ouvidos para
absorver o que o outro está dizendo. Aí pode estar a solução que nem ele ainda
foi capaz de enxergar.
3. Pratique a arte da paciência. Julgamentos e
ações precipitadas tendem a causar desastres horrorosos.
4. Peça desculpas, especialmente se esta opção lhe
parecer difícil demais. Isso pode definitivamente mudar a sua vida!
5. Procure ao menos três qualidades no outro e
perceba que esse hábito pode promover verdadeiros milagres.
6. Respeite as pessoas quando elas pensarem e
agirem de modo diferente de você. As diferenças são verdadeiras preciosidades
para todos.
7. Demonstre interesse pelo outro, por seus
sentimentos e por sua realidade de vida.
8. Analise a situação. Deixe a decisão para o dia
seguinte, se estiver de cabeça quente. Alcançar soluções pacíficas depende
também do seu equilíbrio interno.
9. Faça justiça. Esforce-se não para ganhar, como
se as eventuais desavenças fossem jogos ou guerras, mas para que você e as
pessoas ao seu redor fiquem bem!
10. Seja gentil. A gentileza nos leva a resultados
criativos e produtivos e ainda desvenda a charada da convivência: único meio de
nos sentirmos verdadeiramente realizados!
5 comentários:
A arte da convivência!
E ainda lutar par ser gentil...
É neh! ninguém sabe do que realmente o outro passa.
Vamos vivendo assim até nos realizarmos.Sonhos grandes não se realizam de imediato!
oi minha amiga,
qualquer tipo de convivência,
é uma grande lição de vida,
aprendemos um pouco a cada dia com aqueles que nos rodeiam,
nada fácil,mas muito gratificante...
beijinhos
È verdade, para entender o outro precisamos entender e refletir sobre nós mesmos, inclusive educando nossa postura e entendimento.Muito bom texto! obrigada.
uma braço
oi Ma
Tem gente que consegue usar máscaras em todos os lugares que passa.
Por isso a convivência é difícil.
Há pessoas que não se permitem se aproximar (parecem ter fobia dos outros). E é deixando de lado a convivência que nós tornamos cada vez mais egocêntricos e egoísta.
Para conhecer a necessidade de alguém vc precisa conhece-la (precisa conviver).
Adorei a postagem
bjokas =)
MARIA JOSÉ,
"Creio que não haja exercício mais difícil nesta vida do que conviver com o outro. Aceitar as diferenças e administrar os conflitos, sem que isso se torne uma guerra trata-se, certamente, de uma charada sagrada."
ISTO É MAIS DIFICIL, QUE ACHAR AGULHAS EM PALHEIROS, né? Bjs. Roy Lacerda.
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