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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

O AMOR QUE SE PERDEU




Poucas coisas doem tanto. Poucas coisas fazem tanto mal a ponto de tirar muitas vezes a vontade de viver.
Se estamos doentes, vamos a um médico, fazemos tratamento, esperamos pacientemente nossa cura. Mas estar doente de amor é outra coisa. Não há médico que resolva, não há remédio que possa curar. Não há conselho que valha.
Quando um amor chega, ele traz na bagagem muita coisa. Mais ainda do que todas as nossas noites de sonhos poderiam sonhar. O amor é sempre mais do que o que esperamos quando ainda não sabemos nada dele.
E quando ele parte, vai levando também nossos sonhos e nossa visão do amanhã. Arranca de nós de forma bruta a felicidade que se estava construindo, aquele mundo desconhecido que estávamos desbravando com tanta coragem. E sem anestesia, sem preparação. Por isso dói tanto e tanto.
Quando amamos alguém inteiramente, entregamos a essa pessoa um pedaço do nosso ser. E quando essa pessoa se vai, a impressão que temos é que esse pedaço vai junto. Por isso essa sensação de vazio no interior. E por isso também essa ideia de que nunca mais amaremos, como se o mundo não fosse uma casa repleta de portas e janelas abertas.
As lágrimas que encobrem nossos olhos, nos impedem de ver o exterior, de ver à frente. Só olhamos pra trás, o que foi vivido, o que foi sonhado; só olhamos pra dentro, o que não temos mais. E uma enorme sensação de solidão toma conta da gente.
As pessoas a volta nem sempre compreendem. Como é possível amar tanto assim? Como é possível se entregar a esse ponto de se perder? E essa incompreensão do mundo que nos cerca aumenta ainda mais nossa sensação de vazio e pequenez.
Precisamos nesses instantes de mãos que segurem nossas mãos para nos ajudar a atravessar esse período, não de pessoas que nos julguem. Precisamos de pessoas que, mesmo em silêncio, nos ajudem a sonhar novamente, a descobrir ainda as belezas que o mundo nos propõe. O mundo é ilimitado, mesmo se em alguns instantes só conseguimos ver limites.
O coração, mesmo ferido (e que ninguém duvide dessa ferida que é real!) ainda está inteiro. E ele precisa ser cuidado para que possa se restabelecer, para que possa se abrir novamente um dia a novas oportunidades que certamente virão. Porque isso vai acontecer.
Acreditem! Nada mais incansável que o coração quando se trata de amor. Nada mais teimoso! Nada mais ridículo e nada mais belo!...
Ele recomeçará. Porque se dor de amor dói tanto é porque faz também tanto bem. São as contradições da vida, mas que aceitamos de bom grado.
É só esperar um tempo e ele recomeçará. E nós com ele... porque assim segue a vida!...

2 comentários:

Emília Pinto disse...

E aqui está um texto que vem de encontro ao que coloquei no Começar de Novo: Viver com base no amor ou no medo? E é esse medo que o amor se vá de novo...que acabe que nos deixa amarrados e nos tira a esperança de encontrar um outro; tive aqui em casa um caso desses e até hoje penso que esse medo ainda não se foi inteiramente. Já há um novo amor, mas existe ainda uma insegurança...um medo de que se passe o mesmo , que de novo fuja.
Não devemos ter medo de continuar e com certeza que o amor voltará e será de novo maravilhoso. É fácil falar, como se costuma dizer, mas é assim que tem que ser. Penso que não há maior dor do que perder um amor, ou melhor, há amores cuja dor se supera, mas há outros amores que se vão para sempre e não há ninguém que os possa devolver. E aqui entra o amor pelos filhos, pelos pais, principalmente. Só esses amores não poderão ser substituídos, todos os outros...é só esperar que o tempo resolva e um novo surgirá. Belo texto, como sempre. Um beijinho e até sempre, amiga.
Emília

Rô... disse...

oi minha amiga,

o coração precisa sempre ser cuidado,
as vezes mais,
as vezes menos,
mas é muito bom quando o amor acontece,termos o amparo do coração...

beijinhos