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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

MORTE. POR QUE MUITOS A TEMEM?


No início de novembro comemora-se no Brasil o Dia de Finados, feriado dedicado àqueles que já se foram de nossa convivência física. Por isso, nesta edição descreveremos alguns dos conceitos gnósticos sobre a espiral da vida e sua inflexão, conhecida como morte.
Provavelmente, a maior questão a que se propõem responder filósofos e religiosos é justamente sobre a transitoriedade da vida e o seu suposto fim.
Muitas pessoas veem na morte o fim de tudo; outras a veem como a conclusão de um ciclo; já outras se esquivam até de falar dela; para alguns ela é terrível; para outros a salvação; para muitos é transitória, antes de um novo nascimento. O fato é que a Morte é um dos maiores mistérios da Vida e, através de seu estudo, poderemos entender a chave da vida.
Samael Aun Weor, filósofo gnóstico do século XX, ensina que a morte é apenas uma etapa em muitas de nossas existências, através das quais temos a oportunidade de despertar a consciência.
Assim como não temos consciência da realidade de muitos dos fenômenos naturais e psicológicos da vida (como quando estamos dormindo, por exemplo), não temos consciência do que ocorre durante e depois da morte do corpo físico.
De acordo com os postulados gnósticos, para a maioria das pessoas três fenômenos cercam o completo desconhecimento do que é Morte.
O primeiro fenômeno está ligado ao Medo do Desconhecido, pois é impossível ter verdadeira experiência sobre o que ocorre após a partida deste plano físico, enquanto não se domina técnicas psicológicas como a Projeção Astral, ou o Acesso a Vidas Passadas, ou mesmo a Meditação Interior Profunda, ou ainda até que se estude (não apenas se leia) obras maravilhosas como o Bardo Todol – O Livro Tibetano dos Mortos; o Popol Vuh – O Livro Maia dos Mortos; ou mesmo o Livro Egípcio dos Mortos, todos verdadeiramente obras-primas da filosofia e da mística de antigos povos.
O segundo fenômeno que cerca a Morte diz respeito ao Apego. É impossível encarar com serenidade a Mãe Morte, como diziam os antigos gnósticos, enquanto não se desperta a consciência e não se constata a transitoriedade da vida, desapegando-se de tudo aquilo que entendemos como nossos afetos, nossos bens, nossos parentes, nossos títulos, nosso corpo físico, enfim, tudo que o Ego imputa como de propriedade de uma mente e de um conjunto de memórias que nos ligam a outras pessoas. Destaque-se, entretanto, que desapego não significa desamor, falta de consideração e agradecimento ou falta de reconhecimento pelas dádivas que a divindade nos brinda.
O terceiro fenômeno ligado à Morte refere-se ao Comodismo, ou seja, como ensina a Psicologia Gnóstica do Autoconhecimento, para que haja o novo é necessário que o velho se transforme, seja substituído, e quando falamos em corpo físico esta transição chama-se Morte. Como pode alguém encarar a morte com naturalidade, se mesmo em vida não quer mudar, não quer deixar o velho (os traumas, o passado) para trás, não quer Morrer em Si Mesmo e passar pela Morte Mística Psicológica, como ensina o Livro Egípcio dos Mortos?
Por isso, para os amantes da sabedoria iniciática, conhecidos como gnósticos, a Morte é algo inerente à vida, fazendo parte dela e constituindo-se apenas na visão “do lado de cá do muro” para aqueles que ainda não deixaram o corpo físico.
Nesta época de finados, em que lembramos nossos mortos, façamos uma reflexão interna parafraseando São Francisco de Assis, quando exortava sobre a Morte Mística de nossos defeitos psicológicos: “É morrendo que se nasce para a Vida Eterna”.
Sérgio Geraldo Linke, engenheiro e presidente da Associação Gnóstica de Brasília.
Fonte: Revista Holística de Qualidade de Vida, ano 8, número 92.

8 comentários:

Clau Di Genova disse...

Oi, minha querida!!!!
Q texto excelente!
Muito obrigada!
Só podia vir de vc essa abordagem tão interessante , de um assunto q toca a todos nós!
Beijão ,amiga!

sonia disse...

É uma questão cultural que aos poucos está mudando. A morte foi muito utilizada pelas religiões no passado como um acerto de contas, hoje a visão já é outra.
Excelente texto!
Abraço.
Sonia

Dilmar Gomes disse...

Amiga Maria, texto perfeito e didático. Um abraço. Tenhas um bom dia.

Cidinha disse...

Olá, Maria. Um texto perfeito com grandes ensinamentos e reflexção. E como São Francisco, é morrendo que se vive para a vida Eterna. Obrigada amiga! Um abraço carinhoso pra vc e bom fim de semana. Paz pro seu coração!

Maria Adeladia disse...

Maria José, boa noite!
Tenho medo de perder as pessoas que amo, mas tb medo de morrer!

Querida, ganhei o Prêmio Dardos 2012, repasso à vc.Se desejar, pode pegar!
Beijos linda!!

ELIANA-Coisas Boas da Vida disse...

Perfeito um dia sei que perco o medo!
Grata querida!
beijo

Paty Michele disse...

Excelente texto, esclarecedor e elucidativo. Se as pessoas procurassem o conhecimento ao invés de se lamentarem, aprenderiam a lidar melhor com a morte.

Um grande abraço, Maria José.

Roselia Bezerra disse...

Olá, querida Maria José
Quantas vezes já morri, sobrevivi e renasci...
É morrendo que se vive... S. Francisco sabia do que estava falando pra nós...
Bjs de paz e bem