Rosto colado é coisa que os jovens de hoje não conhecem como preliminares de um ato de sedução.
Nesses bailes de antigamente (que palavra dolorosa!), os jovens rastreavam o salão em busca da garota ideal para iniciar um romance.
Caso ela fosse localizada na mesa com os pais, nossas pernas tremiam. Uma cuba libre talvez fosse o combustível para encorajar o alto de atravessar o salão e chegar na mesa com o convite, formalismo, “vamos dançar?”.
O “sim” dela poderia significar que também queria dançar, pois os olhos já tinham se cruzado num momento do baile, mas poderia ser apenas o “sim” formal para não dar um “cano” no rapaz audacioso. Neste último caso, a regra que a jovem aprendeu em casa com a mãe casamenteira, era dançar no máximo três para não significar que havia outro interesse a não ser o da boa educação.
No entanto, se “pintasse um clima” ai, Jesus! – as danças se prolongariam por todo o baile e, na hora exata, os rostos se colavam e a sedução começava com uma conversa de ouvido. O ato de seduzir transformava-se numa enciclopédia romântica que valia até mentiras ingênuas.
Corta para 2009. Não há mais rosto colado, não há mais bailes, os conjuntos melódicos são apenas boas lembranças e os clubes estão fechando seus salões que tinham a sua boate para os jovens. O beijo roubado, quando as luzes diminuíam de intensidade, era, talvez, o único da noite.
Hoje, as garotas ficam apostando quem beija mais garotos numa noite e vulgarizou-se o ato mais sublime de um início de conquista.
O baile funk, mais que uma reunião dos jovens de hoje, é um convescote de traficantes em busca de novos babacas para o início de uma vida de vícios. Vale o mesmo para a festa reive e os incidentes estão aí na imprensa para que o colunista não passe por um “velho recalcado”. A sedução transformou-se em agressão sexual, para ambos os lados.
Sem crack, sem pó, sem baseado, não há sequer uma aproximação de pessoas de sexo diferente. Rosto colado, nem mesmo quando o DJ aposta em algo lento para descansar os dedos. Não se dança mais, os requebros e os pulos substituíram os passos cadenciados. O barulho do bate-estaca acabou com o diálogo. Sem diálogo não há sedução.
Fim de papo. Está bem, somos velhos quando falamos em “rosto colado”. Mas ninguém pode roubar de nossa memória um tempo mágico onde o cavalheirismo de uma dança fazia-nos flutuar por salões com pessoas especiais.
E quem não dançou uma vez na vida de rosto colado não sabe o que perdeu.
Recebido de Roy Lacerda do blog MomentoBrasil e foi aqui postado, por ser pertinente à proposta do Arca.
5 comentários:
Que era bom isso era e não faltava emoção forte.
beijos
Lots of Good information in your post, I favorited your blog post so I can visit again in the future, Thanks.
oi minha amiga,
ah,como gosto de dançar,
e o rosto colado revela muitas histórias de amor...
adorei ler!!!
beijinhos
Bom dia Maria!! Saudades deste lugar maravilhoso!! Estou envolvida com TCC e trabalhos de faculdade, na reta final, e o tempo me anda muito escasso...adorei a postagem, e penso que é mesmo uma pena que os jovens de hoje não saibam o que é romantismo, conquista...é tudo tão rápido! Pensam que sabem aproveitar a vida, mas sequer conhecem as melhores coisas do amor!! Lindo!!
Luz e paz em seu caminho!!
Beijos!♥
Que delícia de post.
Amo dançar qualquer estilo musical, o meu preferido é forró, mas encaro mal até o funk, faz bem ao coração .
Amei o post. Entendo q o romantismo existe ainda até a sensualidade da dança é diferente, os tempos mudam sim, e os jovens gostam assim.
Beijo, boa tard pra ti.
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