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sábado, 7 de janeiro de 2012

A FLOR QUE AMAVA O MAR




Havia uma flor à beira de um rio que se apaixonou pelo mar.
Talvez por ouvir o sussurro das águas do rio, que corriam ansiosas para desembocarem na sua imensidão, passou a amar profundamente aquele ser conhecido apenas pelo ouvir falar do vento e dos pássaros.
Apaixonou-se por alguém que nunca viu, mas sempre quis estar junto; de longe ouvia o canto ritmado das ondas e imaginava-se naqueles braços, numa dança contínua da qual só os que têm em si muito amor sabem o ir e vir.
Sonhava com o dia em que pudesse estar envolvida por aquele tão admirado e imenso ser.
E sentiria suas pétalas acarinhadas por alguém que, certamente, lhe saberia a alma de flor delicada.
Tanto sonhou e pediu que, um pássaro sensibilizado, mesmo avisando-lhe do risco que corria, atendeu seu pedido de cortar-lhe a haste.
Seguindo o rio e deixando-se levar pela correnteza, iria ao encontro de seu querido e a ele juntar-se-ia para sempre.
Caindo no rio, sentiu de imediato seu corpo gelar naquelas águas rudes e fortes que a arrastavam rapidamente.
A princípio, gostou daquela velocidade com que ia ao seu destino.
Depois sentiu a primeira mordida de um peixe que lhe amputou parte de uma pétala; começou, então, seu caminho de sofrimento.
Troncos no meio do caminho insistiam em lhe obstruir a passagem e, cega, sendo levada pela força da água, batia contra pedras que iam lhe dilacerando e tirando sua beleza de flor.
Enormes cachoeiras traziam quedas violentas. Medo vencido por uma determinação de quem sabe o que quer.
Mesmo quase desmaiada e toda machucada, levava consigo o alento de ir encontrar com seu amor.
Todas as dores do mundo não se comparavam à felicidade de realizar o seu sonho.
Tudo vale a pena quando se ama.
Até que, muitos dias depois, totalmente deformada e quase inconsciente, viu chegado o momento com o qual sonhou.
As águas do rio encontravam-se com o mar com tanto ímpeto que, no encontro, foi arremessada para cima.
Naquele exato instante, olhou para o céu e agradeceu a Deus por haver chegado a quem tanto amou.
E seus pedaços boiaram inertes sobre aquelas águas que, minutos depois, sequer lembrariam daquela pequenina criatura – um dia tão linda – Flor.
Poucos, além dos pássaros e do vento, souberam da flor, mas ela realizou seu sonho. Conheceu o mar!
Na vida, não podemos reclamar dos caminhos que escolhemos.
Qualquer caminho é uma opção nossa.
Até morrer de amor.
Pensando nisso, entre duas lágrimas com gosto de sal e o esboço de um sorriso irônico, de repente, me dei conta de uma coisa: Eu conheci o mar!Enviado por Carlos Varoli do Blog Carlos Espírita e foi aqui postado, por ser pertinente à proposta do Arca.

10 comentários:

Dilmar Gomes disse...

Amiga Maria, post profundo e filosófico, aliás, muito natural em se tratando de um post espírita.
Um abração. Tenhas um lindo fim de semana.

LUCONI MARCIA MARIA disse...

Maria querida fiquei dez dias sem net, aos poucos estou colocando em ordem a visita à casa de amigos. E você meu anjo é uma muito especial, apesar do tempo nem sempre permitir que eu venha com a assiduidade que gostaria de vir, eu jamais me esqueço deste teu espaço tão iluminado sempre contendo mensagens positivas. Esta por exemplo é profunda e muito bela, adorei, um lindo ano com muito amor e paz, beijos Luconi

Tadeu disse...

Olá Maria, que Deus te ilumine nos anos vindouro.
O seu trabalho é singular.

Um abraço do amigo Tadeu

ELIANA-Coisas Boas da Vida disse...

Tanta luta e sofrimento para encontrar o grande amor e nem mesmo ser reconhecida por ele!!!rsrs
Bom domingo amiga querida que seu dia seja iluminado!
beijo

Cidinha disse...

Olá, Maria. Bom dia e ótimo domingo... todo carinho pra vc. Belissimo post! Tão profundo e sábio. Nos ensina a persistir sempre nos nossos sonhos e objetivos com fé e coragem. Quanta luz! Muita emoção. Obrigada amiga por essa bela partilha. Deixo meu abraço e bjos no seu coração! Estou em falta, problemas com a net. Muita chuva por aqui, talvez seja esse o problema.

Anônimo disse...

MARIA JOSÉ:
Era uma vez.....(Foi num dia 19 de dezembro):

Alguem que apaixonou-se por outro alguém que nunca viu, mas sempre quis estar junto; imaginar-se naqueles braços, numa dança contínua da qual só os que têm em si muito amor sabem o ir e vir, era o desejo acalentado. Sonhava com o dia em que pudesse estar envolvida por aquele tão admirado ser. juntar-se-ia para sempre. Realizar o seu sonho!
Tudo vale a pena quando se ama.
Na vida, não podemos reclamar dos caminhos que escolhemos, amor.
Qualquer caminho é uma opção nossa.
Até morrer de amor. Bjs. Roy Lacerda.

Carlos Espirita disse...

Bom dia amiga querida. A estória da flor simboliza nossa jornada evolutiva na escola chamada Terra.
Desejos, sonhos, lutas, dificuldades e dores são o buril que um dia nos tornará espíritos resplandecentes.
Porque tudo isto? – pelo amor. O amor de Deus nos chama para junto d’ele, todavia para alçar-mos este vôo maior, necessitados desenvolver duas asas; uma de sabedoria e outra de amor.
Nunca desista de sonhar e amar.
Maria José, que você tenha um lindo domingo e uma semana feliz.
Beijos,
Carlos espírita

Anônimo disse...

Lindíssima essa história Maria José.. com certeza não devemos nos arrepender de nossas escolhas.. principalmente quando estão direcionadas a realização de nossos sonhos!
Um beijo em seu coração..
Verinha

Jorge disse...

Lindo! É o nosso caminhar para Deus!!!!

Meu Anjo, que tenhas uma maravilhosa semana!!!!
Beijo

Anônimo disse...

Venho lhe desejar um maravilhoso início de semana

grande abraço

bruno