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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

SAWABONA SHIKOBA



Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o inicio deste milênio.
As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.
O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.
A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século.
O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos.
Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher.
Ela abandona suas características, para se amalgamar ao projeto masculino.
A teoria da ligação entre opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber fazer o que eu não sei. Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante.
Uma idéia prática de sobrevivência, e pouco romântica, por sinal.
A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade, pelo amor de desejo.
Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente.
Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas.
Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras.
O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração.
Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem.
O homem é um animal que vai mudando o mundo e depois tem de ir se reciclando, para se adaptar ao mundo que fabricou.
Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo.
O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral.
A nova forma de amor, ou mais amor, tem nova feição e significado.
Visa a aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades.
E ela só é possível para aqueles que conseguem trabalhar sua individualidade.
Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva.
A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa. As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem.
Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado.
Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém. Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.
Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal.
Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro.
Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.
O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado.
Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém. Algumas vezes temos de aprender a nos perdoar a nós mesmos.
Caso tenha ficado curioso(a) em saber o significado de SAWABONA, é um cumprimento usado no sul da África e quer dizer: “Eu te respeito, eu te valorizo, você é importante pra mim”.
Em resposta as pessoas dizem SHIKOBA que é: “Então eu existo pra você”.
Texto enviado por Roy Lacerda do blog
MomentoBrasil e foi aqui postado, por ser pertinente à proposta do Arca.

5 comentários:

Meire Oliveira disse...

Amiga querida, a verdade é que somos pessoas inteiras. Temos tudo, tudo o que precisamos dentro de nós. Claro que é uma delícia poder dar amor e receber, mas tudo numa boa. Com paz. Amor é assim. :)

Ah, dia 7 de outubro vai estrear nos cinemas "O filme dos espíritos" baseado na obra de Allan Kardec "O livro dos espíritos". To louca pra ver, se vc num viu ainda o trailer, entra no youtube e procura, senão me manda um e-mail que eu te mando. Parece que vai ser muito bonito amiga!

bjokitas pra vc minha linda, sabes que tenho um carinho imenso por ti!
:)

Cidinha disse...

Olá Maria. O texto é verdadeiro. Os conceitos mudaram. Más é preciso dar amor sem cobrar.Respeitando o outro, pois somos responsáveis por tudo aquilo que cativamos. O amor não é apenas desejo e sim compaheirismo. Linda mensagem! Obrigada amiga pelo seu carinho. Tenha um bom fim de semana! Bjos e paz...

LUCONI MARCIA MARIA disse...

Olá minha amiga, você sempre colocando mensagens inteligentes e companheirismo, é verdade sem companheirismo, sem um torcer pela vitória do outro, sem o respeito a individualidade de cada um, hoje em dia fica difícil manter um relacionamento, bem eu digo hoje em dia mas para mim há quarenta anos atrás eu exigia isto sim, e era taxada de feminista, fico feliz que as coisas evoluíram, beijos Luconi

Pelos caminhos da vida. disse...

Doar sempre...

Bom fim de semana amiga.

beijooo.

Arla Ribeiro disse...

Luz .e paz infinita!