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terça-feira, 12 de julho de 2011

LEMBRE-SE DE QUE VOCÊ É A FONTE




Alguém insultou você — a raiva irrompe de repente e você fervilha de raiva. A raiva está fluindo na direção da pessoa que o insultou. Agora você projetará toda essa raiva sobre o outro.
Ele não fez nada. Se insultou você, o que ele fez de fato? Só lhe deu uma alfinetada, ajudou a sua raiva a aflorar — mas a raiva é sua.
O outro não é a fonte; a fonte está sempre dentro de você. O outro está atingindo a fonte, mas, se não houvesse raiva dentro de você, ela não poderia aflorar. Se você bater num buda, só provocará compaixão, porque só existe compaixão dentro dele. A raiva não vai aflorar porque não existe raiva.
Se você jogar um balde num poço vazio, ele voltará vazio. Se jogar um balde num poço cheio de água, ele sairá de lá cheio de água, mas a água será do poço. O balde só a ajudou a vir para fora.
Portanto, a pessoa que o insultou só está jogando um balde em você, e ele sairá de lá cheio de raiva, do ódio ou do fogo que existe em você. Você é a fonte, lembre-se.
Para praticar esta técnica, lembre-se de que você é a fonte de tudo o que projeta sobre os outros. E sempre que sentir uma disposição a favor ou contra, no mesmo instante volte-se para si e busque a fonte de onde o ódio está partindo.
Fique centrado ali; não dê atenção ao objeto. Alguém lhe deu a chance de tomar consciência da sua própria raiva; agradeça-o imediatamente e esqueça-o. Feche os olhos, volte-se para dentro e agora olhe a fonte de onde esse amor ou essa raiva está vindo.
De onde ela vem? Vá para dentro de si mesmo, volte-se para dentro. Você descobrirá ali a fonte, pois a raiva está vindo dali.
O ódio, o amor, ou seja o que for, tudo vem da sua fonte. E é fácil encontrar a fonte quando você está com raiva, ou sentindo amor, ou cheio de ódio, porque nesse momento você está quente. É fácil voltar-se para dentro nessa hora.
A fiação está quente e você pode senti-la dentro de você e se guiar pelo calor. E, quando atingir um ponto frio interior, descobrirá de repente uma outra dimensão, um mundo diferente abrindo-se para você. Use a raiva, use o ódio, use o amor para mergulhar em si mesmo.
Um dos maiores mestres zen, Lin Chi, costumava dizer: "Quando eu era jovem, adorava andar de barco. Eu tinha um barquinho e remava sozinho num lago. Eu ficava ali durante horas. Uma vez, eu estava no meu barco, de olhos fechados, meditando, numa noite esplêndida. Então um outro barco veio flutuando, trazido pela corrente, e bateu no meu. Meus olhos estavam fechados, então eu pensei. 'Alguém bateu o barco no meu'. Enchi-me de raiva. Abri os olhos e estava a ponto de vociferar algo para o homem, quando percebi que o barco estava vazio! Então não havia onde descarregar a minha raiva. Em quem eu iria extravasá-la? O barco estava vazio, à deriva no lago e tinha colidido com o meu. Então não havia nada a fazer. Não havia possibilidade de projetar a raiva num barco vazio."
Então Lin Chi continuou: "Eu fechei os olhos. A raiva estava ali. Mas não sabia como extravasar. Eu fechei os olhos simplesmente e flutuei de volta com a raiva. E esse barco vazio tornou-se a minha descoberta. Eu atingi um ponto dentro de mim naquela noite silenciosa. Esse barco vazio foi meu mestre. E, se agora alguém vem me insultar, eu rio e digo: 'Esse barco também está vazio'. Fecho os olhos e mergulho dentro de mim".

9 comentários:

Meire Oliveira disse...

Maria, minha linda amiga

"O outro não é a fonte; a fonte está sempre dentro de você."

se vc for fonte de sentimentos ruins é o que vai fluir, mas se for cheio de amor eles não irão emergir!

Post maravilhoso!!!
Bjokitas com master carinho doce pétala de flor! ;)

Anônimo disse...

MARIA JOSÉ:
Sabemos que tds os problemas estão dentro de nós msms. Cada um, dá o que tem, né amor? Quem tem flores, dá flores. Quem nao tem..... Bjs. Roy Lacerda.

Maria Izabel Viegas disse...

Minha querida Maria José,
Nem vou comentar o texto pois sempre tudo que "tocas" sai perfume.
Vim para deixar um beijo neste doce coração.
E para falar da minha saudade!
Muuuuuita saudade!

Quando a vida dentro de mim se tornou possivel disse...

Maravilhoso texto!!carregado de sabedoria.


Muito obrigada pelas visitas carinhosas e fofo selinho viu?
Maria José, estou voltando numa versão " estilo calma "(rsrs)
A gente tem sempre que rever a vida não é mesmo?Um xerão minha linda!!
Rejane

Bloguinho da Zizi disse...

Era tudo o que eu precisa ler hoje.
Minha primeira leitura do dia, e um ensinamento tão profundo.
Não que a gente não saiba, mas....sempre esquecemos do aprendizado quando a raiva se manifesta.
Minha gratidão Maria José.
Beijinhos

ValériaC disse...

Minha querida...foi maravilhoso ler estas palavras... fez-me bem saber que mesmo que as vezes algo ou alguém com suas atitudes me entristeçam(porque raramente há raiva em mim, vejo a imaturidade presente na situação), tenho conseguido fazer com o que ecoe de mim, os melhores sentimentos, seja a situação que for.
Como é bom quando mesmo que atingidos,conseguimos encontrar o equilibrio rapidamente e nos voltarmos para dentro de nós, tendo esta certeza: " 'Esse barco também está vazio'. Fecho os olhos e mergulho dentro de mim"." e mais..encontro minha PAZ...
Belo seja seu dia amiga...beijinhos...
Valéria

Graça Pereira disse...

Gostei do texto e me fez pensar: a raiva está sempre dentro de nós, sempre à espera de uma pequena "provocação" para explodir. E no fim...sente-se paz? Não ,pelo contrário...fica um gosto amargo de tudo: remorso, mais raiva, tristeza...Perdão e amor, devem ser as tábuas do nosso barco...mas é dificil, Maria José!
Obrigada por esta postagem
Beijo
Graça

MARILENE disse...

Isso depende de muito exercício, porque a raiva surge instantaneamente. Não faz bem a ninguém, principalmente a quem a sente.

Bjs.

AugustoCrowley disse...

Essa Arca é um tesouro!