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sexta-feira, 13 de novembro de 2009

VENCENDO AS DIFICULDADES


Meu maior defeito, nos tranqüilos dias da infância, consistia em desanimar com demasiada facilidade quando uma tarefa qualquer me parecia difícil. Eu podia ser tudo, menos um menino persistente.
Foi quando, numa noite, meu pai entregou-me uma tabuazinha de pequena espessura e um canivete, e me pediu que, com este, riscasse uma linha a toda largura da tábua. Obedeci às suas instruções, e, em seguida, tábua e canivete foram trancados na escrivaninha de papai.
A mesma coisa foi repetida todas as noites seguintes; ao fim de uma semana eu não agüentava mais de curiosidade.
A história continuava. Toda noite eu tinha que riscar com o canivete, uma vez, pelo sulco que se aprofundava.
Chegou afinal um dia em que não havia mais sulco. Meu último e leve esforço cortara a tábua em duas.
Papai olhou longamente para mim, e depois disse:
- Você nunca acreditaria que isto fosse possível, com tão pouco esforço, não é verdade? Pois o êxito ou fracasso de sua vida não depende tanto de quanta força você põe numa tentativa, mas da persistência no que faz.
Foi essa uma lição de coisas, impossível de esquecer, e que mesmo um garoto de dez anos podia aproveitar.

Um comentário:

Maria José Rezende de Lacerda disse...

APATIA
Se a atitude violenta, precipitada, pode levar a desastres de conseqüências lamentáveis, a apatia é sempre fator de desconserto e atraso na máquina do progresso.
Quase sempre a apatia tem origem no programa cármico do Espírito em prova. É decorrência de graves aflições e erros que não foram necessariamente corrigidos pelo Espírito e ressumam do imo d`alma como expressão deprimente, paralisante.
O apático é alguém que perde a batalha antes de enfrentá-la.
Encontra-se em processo de evolução com o objetivo de vencer as injunções penosas, devendo investir grandes esforços para superá-las.
No estado de debilidade de forças a que se entrega e no qual se deixa paralisar, aprisionado nas teias de intolerância, deve e pode romper todos os vínculos e reorganizar-se, iniciando o esforço, a princípio mentalmente, para depois tornar em ações a programática a que se deve submeter, engajando-se no compromisso reabilitador.
Facilmente, aquele que padece a constrição da apatia acomoda-se à situação, e, apesar de penosa, constitui-lhe uma forma de bem-estar, que leva à inércia, no desequilíbrio.
Vida é ação. Ação é movimento a ser empreendido para o bem e o progresso, de cujo esforço resultam as conquistas que impulsionam à felicidade.
Elimina do teu vocabulário as frases pessimistas habituais, substituindo-as por equivalentes ideais.
Não digas: "não posso", "não suporto mais", "desisto". Faze uma mudança de paisagem mental e corrige-a por outras: "tudo posso, quando quero", "suporto tudo quanto é para o meu bem" e "prosseguirei ao preço do sacrifício, para a vitória que persigo".
O homem transita pelos caminhos que elege, nos quais se compraz.
A apatia é doença da alma, que a todos cumpre combater com as melhores disposições.
Na luta competitiva da vida terrestre, não há lugar para o apático.
Receando o labor bendito ou dele fugindo, mediante mecanismos de evasão inconsciente, a criatura se deixa envenenar pela psicosfera mórbida da autopiedade, procurando inspirar compaixão, antes que despertar e motivar o amor.
Nos estados apáticos, dão-se início os processos de auto-obsessão quanto da submissão obsessiva a Espíritos inconseqüentes, que se comprazem em explorar, psíquica, emocional e organicamente os que se lhes fazem vítimas espontâneas.
Reage com vigor à urdidura da apatia, do desinteresse.
Ora e vence o adversário sutil, que em ti procura alojamento, utilizando-se de justificativas falsas.
A lei do trabalho é impositivo das leis naturais que promovem o progresso e fomentam a vida.
Não é por outra razão que a tradição evangélica nos informa: "Ajuda-te e o céu te ajudará", conclamando-nos à luta contra a apatia e os seus sequazes, que se fazem conhecidos como desencanto, depressão, cansaço e equivalentes.
(Joanna de Ângelis)