Tenho medo pelas pessoas que dizem nada temer. Não pode haver tamanho orgulho e por detrás desses corajosos há uma alma que precisa de ajuda.
Quem foi mais perfeito que Jesus? E que grande lição de humildade quando, em meio à angústia, Ele disse: “Pai, se possível, passa de mim esse cálice.” Não me lembro em algum momento em que Ele tenha dito que não tinha medo de nada, que era forte, corajoso e valente, mesmo se possuía todos esses atributos e ainda muito mais. Ele sabia quem era e do que era capaz. Sem palavras.
Jesus, além de santo, era humano e provou o preço das próprias lágrimas.
“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria. Os loucos desprezam a sabedoria e a instrução”, diz a Bíblia.
O medo é esse sentimento estranho que se agarra às nossas entranhas e deixa a vida assim como que se estivesse pendurada por um fio. Ele nos deixa frágeis, abertos e acessíveis ao que tememos.
Mas paradoxalmente, a nossa consciência dele é o que nos alerta para a porta de saída.
Quem não teme, não se prepara.
É a consciência de nossa fragilidade e exposição ao perigo que nos leva a procurar ajuda. Uma pessoa com problemas mentais não se reconhece doente. Os sãos sabem-se humanos.
Seria muito bom evitar todos os cálices amargos. Mas se a vontade do Pai deve ser feita, que o bebamos sim, porque não há vitória sem luta e muito doce é o sabor da conquista.
Nenhum comentário:
Postar um comentário