Quero escrever um poema que diga o quanto é
precioso sentir amor e expressá-lo. Isso que parece lençol cheiroso, trocado
ainda agora, quando fala macio com o corpo da gente. Isso que parece o mar
quando ele canta a sua música feita com acordes de ondas e silêncio. Isso que
parece flor recém-nascida da planta viçosa que a semente sonhou. Isso que
parece sol de manhãzinha, quando ele sorri, tranquilo, pra longa noite do mundo.
Quero escrever um poema que diga que eu me descobri
mais feliz quando comecei a me amar melhor e a estender esse amor. Quando não
estamos nos amando, vivemos com a percepção de que apenas o amor recebido é
capaz de nos alimentar. De que teremos somente o que pudermos receber, as mãos
sempre estendidas na expectativa ansiosa do recebimento. Mas, quando sentimos o
amor circular em nós, descobrimos uma sutileza até então ignorada: dar amor é
também recebê-lo.
Quero escrever um poema que diga que crescer é
percorrer, passo a passo, esse caminho. Tornar-se cada vez mais alegre por esse
puro exercício do querer bem. Por essa vontade tão clara, tão limpa, de que as
pessoas sejam felizes e desfrutem da liberdade. Por essa ideia amorosa de que
tenham saúde no corpo e não lhes falte saúde na alma. De que se for inevitável
sofrer, que passe logo. De que descubram o contentamento que, por natureza, nos
habita. De que não saiam dessa vida sem descobrir a força radiante e
transformadora do amor.
Um comentário:
Muito lindo, Maria José!
Estou prestando atenção,
para não perder nenhum sinal e enfim,
também escrever meu poema de amor!
Obrigada, bom feriado,
abraços carinhosos
Maria Teresa
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