Tomara que a neblina das circunstâncias mais doídas
não seja capaz de encobrir por muito tempo o nosso sol. Que toda vez que o
nosso coração se resfriar à beça, e a respiração se fizer áspera demais, a
gente possa descobrir maneiras para cuidar dele com o carinho todo que ele
merece. Que lá no fundo mais fundo do mais fundo abismo nos reste sempre uma
brecha qualquer para ver também um bocadinho de céu.
Tomara que os nossos enganos mais devastadores não
nos roubem o entusiasmo para semear de novo. Que a lembrança dos pés feridos
quando, valentes, descalçamos os sentimentos, não nos tire a coragem da
confiança. Que sempre que doer muito, os cansaços da gente encontrem um lugar
de paz para descansar na varanda mais calma da nossa mente. Que o medo exista,
porque ele existe, mas que não tenha tamanho para ceifar o nosso amor.
Tomara que a gente não desista de ser quem é por
nada nem ninguém deste mundo. Que a gente reconheça o poder do outro sem
esquecer do nosso. Que as mentiras alheias não confundam as nossas verdades,
mesmo que as mentiras e as verdades sejam impermanentes. Que friagem nenhuma
seja capaz de encabular o nosso calor mais bonito. Que, mesmo quando estivermos
doendo, não percamos de vista nem de busca a ideia da alegria.
Tomara que apesar dos apesares todos, dos pesares
todos, a gente continue tendo valentia suficiente para não abrir mão da
felicidade.
Tomara.
Um comentário:
"Tomara" que possamos encontrar sempre um texto lindo como este, aqui, para nos animar;
"Tomara" que a sua sensibilidade possa sempre aflorar, no momento em que estamos precisando duma palavra, para não desistir;
"Tomara" que possamos sempre vir aqui!
Obrigada pela linda escolha Maria José, tenha um excelente final de semana, abraços carinhosos
Maria Teresa
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