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domingo, 26 de julho de 2015

CHUTANDO O BALDE




Eu venho por meio desta comunicar oficialmente minha exoneração do cargo de adulto.
Eu declaro que quero aceitar as responsabilidades de alguém de 8 anos novamente.
Eu quero ir ao McDonald's e achar que estou num restaurante 5 estrelas.
Eu quero mergulhar em sanduíches, lambuzar-me todo e soprar no copo de refrigerante com o canudinho.
Eu quero pensar que biscoitos são melhores do que moedas porque eu posso comê-los.
Eu quero me esticar debaixo de uma grande árvore e esgotar limonadas com amigos num dia de sol daqueles!
Eu quero voltar ao tempo em que a Vida era mais simples.
Voltar ao tempo dos lápis de cor, das tabuadas, dos contos de crianças, das coisas que não me estressavam, que pouco me incomodavam.
Tempo em que tudo que eu sabia era ser feliz, sem todas aquelas coisas que dão preocupações e chateiam!
Eu quero pensar que o mundo é justo, que todas as pessoas são honestas e boas!
Eu quero acreditar que tudo é possível!
Eu quero largar as complexidades da vida e ficar tremendamente feliz com pequenas coisas.
Eu quero ser simples outra vez !
Eu não quero que meus dias sejam cheios de computadores travados, montanhas de papeladas e notícias deprimentes.
Não quero pensar em como sobreviver até o dia do pagamento nem calcular o quanto resta no banco.
Quero esquecer as pílulas do analista, as fofocas, as doenças e o medo de perder os meus queridos.
Eu quero acreditar no poder de sorrisos, dar muitos abraços, acreditar em justiça, em amáveis palavras, em verdades, em paz, em sonhos !
Eu quero acreditar no amor, na imaginação, na gentileza humana e quero desenhar anjos na areia!
Portanto...
Aqui estão meu talão de cheques, minha carteira, as chaves do carro, meus cartões de crédito e meus 901KB de arquivos de preocupações!
Eu estou desertando oficialmente da minha condição de adulto!
E se você quiser discutir isso mais tarde, corre, vê se me acha e vem me pegar!
Eu já te peguei primeiro!

Um comentário:

Maria Teresa Valente disse...

Ah, se pudesse, eu também desertava e
chutava o balde.
Texto muito bom, obrigada,
abraços carinhosos
Maria Teresa