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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

O OUTONO DA VIDA



As imagens da estação climática se destacam pelo tom pastel das folhas das árvores. De igual forma, no outono das almas, os sentimentos adquirem tonalidades peculiares. Maneira de expressão que caracterizam um tempo exclusivo e próprio de viver.
O amor no outono surge de forma imprevisível, utilizando-se de mecanismos diversos. Pode chegar através de um olhar ou, até, de um email.
Ele não se constrange nem restringe aos limites do antigo e do atual. As serenatas românticas mudaram de figura. Da janela do quarto passaram à janela do computador. A carta de amor manuscrita e demorada entregue pelo carteiro, cedeu espaço às enviadas via realidade virtual com entrega instantânea.
Apesar dessas inovações o amor não muda. É o mesmo de sempre, tenhamos 15, 27, 48 ou 70 anos. Amor é verdade que recusa imitações. Mesmo com a epidemia de falsificados que ronda o cotidiano, o amor no outono é autêntico e também acontece.
Quando esse amor acontece, não se faz anunciar: irrompe porta adentro e ri dos obstáculos. Ele os supera a todos, numa convicção d que o lugar conquistado lhe pertence. Serenizado pela sabedoria, sublimado pela percepção, sedimentado pela certeza.
O amor no outono acontece onde lhe apraz porque é pleno de si mesmo e enfeita o jardim dos corações, que cedem ao seu magnetismo, não importa qual seja a estação do ano ou das vidas.
Mas o amor no outono também se reveste de sinais: sorrisos repentinos, olhar de devaneio, suspiros de veludo, taquicardia, calafrios no estômago, sonhos acordados e uma sensação de estar em outra galáxia.
O sentimento nessa estação da vida possui os mesmos idênticos sintomas de qualquer outra época porque ele não tem idade.
Quando o amor acontece, desperta o melhor de cada ser, sublima o que estava encerrado a sete chaves, abre janelas, areja todos os cantos da alma, sacode poeiras e dá sentido a todas as coisas. Ele é soberano e sábio. Escolhe parceiros e lhe oferece a chance da felicidade.
O amor no outono é coerente e não deixa dúvidas. É categórico e firme, num silencioso caminhar, que antecede a ventura. Sabe o tempo certo de chegar. Sabe o tempo certo de ficar. Sabe, simplesmente, o outro.
O amor outonal é conquista, é direito adquirido, é superação, é serenidade. Realização de todas as verdades, que ficaram sedimentadas pelo tempo, que não deixaram de acreditar no bom e no belo de todos os momentos da existência.
Sem sobressaltos, mas com euforia se abraça o sentimento bom, suave, calmo que invade o outono da alma.
Privilégio de alguns.

6 comentários:

Evanir disse...

Amiga ando muito ausente mais quando posso venho deixar .
um carinhoso beijo linda e abençoada semana beijos ,Evanir.

Bell disse...

Que lindo Ma.


bjokas =)

Rô... disse...

oi minha amiga,

me considero uma privilegiada...
muito gostoso de ler...

beijinhos

Dilmar Gomes disse...

Oi amiga Maria, belo texto da M. Alice. Belo conteúdo.
Um abração. Tenhas um bom dia.

Anônimo disse...

MARIA JOSÉ,
" O amor surge de forma imprevisível, utilizando-se de mecanismos diversos. Pode chegar através de um olhar ou, até, de um email.
O testo (è com "S" mesmo), tem um "Q" de familiar. De já conhecido por mim. de 'filme'já vivido, né?Bjs. Roy Lacerda.

Anônimo disse...


Olá Maria José, sinto saudades desse amor que não vivi. Simplesmente tive um amor sem paixão e que dura até hoje. Será que a essa altura da vida serei privilegiada, para sentir essa paixão?
Beijos
Maria Luiza (Lulú)