As imagens da estação climática se
destacam pelo tom pastel das folhas das árvores. De igual forma, no outono das
almas, os sentimentos adquirem tonalidades peculiares. Maneira de expressão que
caracterizam um tempo exclusivo e próprio de viver.
O amor no outono surge de forma
imprevisível, utilizando-se de mecanismos diversos. Pode chegar através de um
olhar ou, até, de um email.
Ele não se constrange nem restringe
aos limites do antigo e do atual. As serenatas românticas mudaram de figura. Da
janela do quarto passaram à janela do computador. A carta de amor manuscrita e
demorada entregue pelo carteiro, cedeu espaço às enviadas via realidade virtual
com entrega instantânea.
Apesar dessas inovações o amor não
muda. É o mesmo de sempre, tenhamos 15, 27, 48 ou 70 anos. Amor é verdade que
recusa imitações. Mesmo com a epidemia de falsificados que ronda o cotidiano, o
amor no outono é autêntico e também acontece.
Quando esse amor acontece, não se faz
anunciar: irrompe porta adentro e ri dos obstáculos. Ele os supera a todos,
numa convicção d que o lugar conquistado lhe pertence. Serenizado pela
sabedoria, sublimado pela percepção, sedimentado pela certeza.
O amor no outono acontece onde lhe
apraz porque é pleno de si mesmo e enfeita o jardim dos corações, que cedem ao
seu magnetismo, não importa qual seja a estação do ano ou das vidas.
Mas o amor no outono também se reveste
de sinais: sorrisos repentinos, olhar de devaneio, suspiros de veludo,
taquicardia, calafrios no estômago, sonhos acordados e uma sensação de estar em
outra galáxia.
O sentimento nessa estação da vida
possui os mesmos idênticos sintomas de qualquer outra época porque ele não tem
idade.
Quando o amor acontece, desperta o
melhor de cada ser, sublima o que estava encerrado a sete chaves, abre janelas,
areja todos os cantos da alma, sacode poeiras e dá sentido a todas as coisas.
Ele é soberano e sábio. Escolhe parceiros e lhe oferece a chance da felicidade.
O amor no outono é coerente e não
deixa dúvidas. É categórico e firme, num silencioso caminhar, que antecede a
ventura. Sabe o tempo certo de chegar. Sabe o tempo certo de ficar. Sabe,
simplesmente, o outro.
O amor outonal é conquista, é direito adquirido,
é superação, é serenidade. Realização de todas as verdades, que ficaram
sedimentadas pelo tempo, que não deixaram de acreditar no bom e no belo de
todos os momentos da existência.
Sem sobressaltos, mas com euforia se
abraça o sentimento bom, suave, calmo que invade o outono da alma.
Privilégio de alguns.
6 comentários:
Amiga ando muito ausente mais quando posso venho deixar .
um carinhoso beijo linda e abençoada semana beijos ,Evanir.
Que lindo Ma.
bjokas =)
oi minha amiga,
me considero uma privilegiada...
muito gostoso de ler...
beijinhos
Oi amiga Maria, belo texto da M. Alice. Belo conteúdo.
Um abração. Tenhas um bom dia.
MARIA JOSÉ,
" O amor surge de forma imprevisível, utilizando-se de mecanismos diversos. Pode chegar através de um olhar ou, até, de um email.
O testo (è com "S" mesmo), tem um "Q" de familiar. De já conhecido por mim. de 'filme'já vivido, né?Bjs. Roy Lacerda.
Olá Maria José, sinto saudades desse amor que não vivi. Simplesmente tive um amor sem paixão e que dura até hoje. Será que a essa altura da vida serei privilegiada, para sentir essa paixão?
Beijos
Maria Luiza (Lulú)
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