Páginas

sábado, 9 de novembro de 2013

ACOLHER


Entre dias e noites nos equilibramos. Um breve passeio, uma fugaz peregrinação, por este mundo tão belo.
Feito a leve brisa, tantas e tantas gerações vieram e se foram antes de nós.
Outras tantas gerações haverão de nos suceder, e igualmente passar, tal qual a leve brisa.
Todos os que vieram antes de nós, o que foi que daqui levaram, o que foi que deixaram?
E quando chegar a nossa hora de partir, o que conosco levaremos, o que para o mundo deixaremos?
As nuvens que passam, a montanha que está, o céu que continua...
A cada nova manhã, renovar o compromisso de acolher, abrigar, e proteger a centelha, a fagulha, o lampejo que faz arder o dia em nós.
Procurar ser um elo entre a imanência e a transcendência, entre o efêmero e o eterno.
Buscar a cada novo dia uma outra versão, a melhor versão de nós mesmos.
As mãos mais limpas, o olhar mais atento, o coração mais puro.
Procurar acercar da fonte pura que repousa no íntimo do coração.
A água limpa capaz de renovar uma vida, de transformar o mundo.
Cuidar do corpo e acolher o Sopro.
Procurar ser, tal qual Santo Agostino, um eterno peregrino do Absoluto e do Infinito.
“O ser humano é capaz do infinito (capax infiniti)...”
“Se mergulhar no Ser infinito, gozará de uma plenitude inimaginável que o faz cantar e dançar.” “Fará uma experiência de não-dualidade e de fusão com o Ser.” (Leonardo Boff)

Nenhum comentário: