Em meio ao mar, surge a construção de pedras, solene. É um
farol, destinado a orientar o rumo dos viajores, nas noites escuras.
Quem quer que viaje em alto mar se sente seguro quando, em
meio à escuridão, vê surgir o farol. Ele está lá para servir, para advertir,
para salvar.
A sua luz se projeta a distâncias enormes e, espancando a
escuridão, permite que os que navegam possam perceber a proximidade dos
recifes, os perigos imersos na noite.
O mar investe contra ele, noite e dia. Lança sobre ele as
suas ondas, com furor. Vagas enormes lambem as pedras que se erguem,
majestosas. No fluxo e refluxo das ondas, o farol continua a iluminar,
imperturbável.
Seu objetivo é servir. Noite após noite, ele estende a sua
luz. Não se incomoda com os continuados e perigosos golpes que o mar lhe
desfere. Se, em algumas noites, ninguém se aproxima, desejando a sua
orientação, também não se perturba.
Solitário, ele lança sua luminosidade, sem se preocupar com o
isolamento. Ele continua a postos para qualquer eventualidade, quando a
necessidade surja, quando alguém precise dele.
No mar das experiências em que nos encontramos, aprendamos a
trabalhar e cooperar, sem desânimo. Permaneçamos sempre a postos, prontos a
estender as mãos a quem necessite. Poderá ser um amigo, um irmão ou
simplesmente alguém a quem nunca vimos.
Com certeza, não solucionaremos todos os problemas do mundo.
No entanto, podemos contribuir para que isso aconteça. Se não podemos impedir a
guerra, temos recursos para evitar as discussões perturbadoras que nos
alcançam.
Se não conseguimos alimentar a multidão esfaimada, podemos
oferecer o pão generoso para alguém.
Se não dispomos de saúde para doar aos enfermos, podemos
socorrer alguém que sofre dores, oferecendo a medicação devida. Talvez possamos
ser o intermediário entre o doente e o hospital, facilitando-lhe o
internamento.
Se não podemos resolver a questão do analfabetismo, podemos
criar condições propícias para que alguém tenha acesso à escola. Mais do que
isso. Podemos nos interessar pelos filhos dos que nos servem, buscando saber se
não lhes faltam cadernos e livros, para a continuidade dos estudos básicos.
Enfim, o importante é continuarmos a fazer a nossa parte,
contribuindo com a claridade que possamos projetar, por mínima que seja. Imitemos
o farol em pleno mar. Aprendamos a fazer luz.
A maior glória da alma que deseja ser feliz é transformar-se
em luz na estrada de alguém. O raio de luz penetra a furna, levando claridade.
Estende-se sobre o vale sombrio e desata o verdor da paisagem. Atinge a gota
d´água e a transforma em um diamante finíssimo. Viaja pelo ar e aquece as
vidas.
Como a luz, podemos desfazer sombras nos corações e drenar
pântanos nas almas. Podemos refazer esperanças e projetar alegrias. Enfim, como
raios de luz, espalhemos brilho e calor, beleza, harmonia e segurança.
3 comentários:
Lindo texto e reflexão e precisamos sempre saber ver a LUZ em nossas vidas! beijos,chica
Maria,belíssimo texto! Morei perto de um farol, deixava a janela do meu quarto aberta ser iluminada pela a luz do farol, era muito lindo!Sinto saudade!
Um lindo domingo.
Amara
Bom dia Maria! Podemos sim fazer luz. Doando sempre um pouco de nós, sermos persistente como o farol. Bela reflexção! Muita paz, amor sempre no seu coração. Um feliz domingo! Bjos.
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