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sexta-feira, 28 de junho de 2013

LUZ



Na hora do lusco-fusco, o voo dos vaga-lumes ilumina e enfeita a mata. A suave luz emanada deixa mais belo um pedaço de mata, envolto por silêncio. E em decorrência desta suave luz,  
nosso pequenino planeta fica um pouco mais belo. Brilham os vaga-lumes, pois é da sua natureza brilhar.

Dentre toda a criação, os únicos seres viventes dotados da faculdade do livre arbítrio somos nós, – os seres humanos. A nós compete ombrear a responsabilidade de escolher para a nossa vida entre a luz e a escuridão.

E para que haja luz – uma vida prenhe de significado, uma “vida em plenitude” – é preciso cuidar da primeira infância.

“Viver em plenitude” significa estar aberto e relacionar-se com o transcendente, a natureza e o próximo.

As mães dão de mamar primeiro o seio esquerdo, supõe-se que por estar mais perto do coração.

Que saibamos educar as próximas gerações de um modo que se deixem guiar pelas verdades do coração, pelas inspirações da alma.

“A beleza é verdade e verdade é beleza”,nos ensinam os povos antigos.

Vivenciamos hoje dias de incerteza, encontrando-nos longe da beleza, – intoxicados por um furacão de irrelevâncias que nos privam do tempo livre necessário para a muda contemplação da verdade, da beleza, do silêncio, da poesia.

Precisamos esquecer o mundo lá fora, que a cada dia entra mais e mais em colapso, sem nos “alienar”, e redesenhar nossa crise absurda pela luz mágica da espiritualidade, da beleza, e da poesia.

Nestes dias de densas sombras e luzes esparsas, devemos diuturnamente velar pela centelha divina que em nosso peito arde.

Recordar as palavras do incomparável Mestre: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa.”

“Vós sois a luz do mundo.” Aproveitar nossa breve caminhada pelos dias e pelas horas, para realizar inventários regulares do nosso coração, a fim de verificar como temos respondido a esta amorosa convocação.

Ter ouvidos para a Voz que nos convoca: “Vá em direção à tua Luz. Busca o Mistério que habita na tua interioridade.”

“Tu és pó e hás de voltar ao pó.”

“Tu és luz e hás de voltar à Luz.”

Um Peregrino

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