Na hora do
lusco-fusco, o voo dos vaga-lumes ilumina e enfeita a mata. A suave luz emanada
deixa mais belo um pedaço de mata, envolto por silêncio. E em decorrência desta
suave luz,
nosso
pequenino planeta fica um pouco mais belo. Brilham os vaga-lumes, pois é da sua
natureza brilhar.
Dentre toda
a criação, os únicos seres viventes dotados da faculdade do livre arbítrio
somos nós, – os seres humanos. A nós compete ombrear a responsabilidade de
escolher para a nossa vida entre a luz e a escuridão.
E para que
haja luz – uma vida prenhe de significado, uma “vida em plenitude” – é preciso
cuidar da primeira infância.
“Viver em
plenitude” significa estar aberto e relacionar-se com o transcendente, a
natureza e o próximo.
As mães dão
de mamar primeiro o seio esquerdo, supõe-se que por estar mais perto do
coração.
Que
saibamos educar as próximas gerações de um modo que se deixem guiar pelas
verdades do coração, pelas inspirações da alma.
“A beleza é
verdade e verdade é beleza”,nos ensinam os povos antigos.
Vivenciamos
hoje dias de incerteza, encontrando-nos longe da beleza, – intoxicados por um
furacão de irrelevâncias que nos privam do tempo livre necessário para a muda
contemplação da verdade, da beleza, do silêncio, da poesia.
Precisamos
esquecer o mundo lá fora, que a cada dia entra mais e mais em colapso, sem nos
“alienar”, e redesenhar nossa crise absurda pela luz mágica da espiritualidade,
da beleza, e da poesia.
Nestes dias
de densas sombras e luzes esparsas, devemos diuturnamente velar pela centelha
divina que em nosso peito arde.
Recordar as
palavras do incomparável Mestre: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder
a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo
do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa.”
“Vós sois a
luz do mundo.” Aproveitar nossa breve caminhada pelos dias e pelas horas, para
realizar inventários regulares do nosso coração, a fim de verificar como temos respondido
a esta amorosa convocação.
Ter ouvidos
para a Voz que nos convoca: “Vá em direção à tua Luz. Busca o Mistério que
habita na tua interioridade.”
“Tu és pó e
hás de voltar ao pó.”
“Tu és luz e
hás de voltar à Luz.”
Um Peregrino