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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A SOLIDÃO


Há dias em que sentimos com mais intensidade o fardo da solidão.
À medida que nos elevamos, monte acima, no desempenho do próprio dever, experimentamos a solidão dos cimas e profunda tristeza nos dilacera a alma sensível.
Onde se encontram os que sorriam conosco no parque primaveril da primeira mocidade?
Onde pousam os corações que nos buscavam o aconchego nas horas de fantasia?
Onde se acolhem quantos nos partilhavam o pão e o sonho, nas aventuras felizes do início?
Por certo, ficaram... Ficaram no vale, voejando em círculo estreito, à maneira das borboletas douradas, que se esfacelam ao primeiro contato da menor chama de luz que se lhes descortine à frente.
Em torno de nós, a claridade, mas também o silêncio. Dentro de nós, a felicidade de saber, mas igualmente a dor de não sermos compreendidos.
Nossa voz grita sem eco e o nosso anseio se alonga em vão. Entretanto, se realmente subimos, que ouvidos nos poderiam escutar a grande distância e que coração faminto de calor do vale se abalançaria a entender, de pronto, os nossos ideais de altura?
Choramos, indagamos e sofremos. Contudo, que espécie de renascimento não será doloroso?
A ave, para libertar-se, destrói o berço da casca em que se formou, e a semente, para produzir, sofre a dilaceração na cova desconhecida.
A solidão com o serviço aos semelhantes gera a grandeza.
A rocha que sustenta a planície costuma viver isolada e o sol que alimenta o mundo inteiro brilha sozinho.
Não nos cansemos de aprender a ciência da elevação. Lembremo-nos do Senhor Jesus que escalou o Calvário, com a cruz aos ombros feridos. Ninguém O seguiu na morte afrontosa, à exceção de dois malfeitores, constrangidos à punição, em obediência à justiça.
Não relacionemos os bens que, porventura, já houvermos espalhado. Confiemos no infinito bem que nos aguarda.
Não esperemos pelos outros, na marcha de sacrifício e engrandecimento. E não nos esqueçamos que, pelo ministério da redenção que exerceu para todas as criaturas, o Divino Amigo da Humanidade não somente viveu, lutou e sofreu sozinho, mas também foi perseguido e crucificado.
O sacrifício na cruz é a mas bela lição de resignação que o Mestre nos legou. Sem nenhuma imposição conclamou-nos: Quem quiser vir após Mim, tome a sua cruz, negue a si mesmo e siga-Me. O que equivale a dizer que tomemos a cruz dos nossos sofrimentos com abnegação, e escalemos a montanha da ascensão espiritual, confiantes Naquele que nos fez o convite.
E, embora com os pés sangrando, ao chegarmos no topo do monte, depararemos com a planície florida e a estrada iluminada que nos conduzirá ao Mestre.
Recordemo-Lo, portanto, e sigamo-Lo. Se não temos conosco as marcas do testemunho pela responsabilidade, pelo trabalho, pelo sacrifício ou pelo aprimoramento íntimo, é possível que amemos profundamente a Jesus, mas é quase certo que ainda não nos colocamos, junto Dele, na jornada redentora.
Abençoemos, pois, a nossa cruz e sigamo-Lo, sem temor, buscando a vitória do amor e a felicidade eterna.

7 comentários:

Lúcia Bezerra de Paiva disse...

Bendita segunda-feira, em que venho absorver tão importantes palavras, num texto nos leva à profunda reflexão.
Obrigada, Maria José.
Um abraço,
da Lúcia

Lylian disse...

Linda postagem!Feliz começo de semana para você.Obrigada pelo seu comentário em meu blog.Beijos,Lylian

Cidinha disse...

Olá, Maria. Obrigada por essa bela mensagem de começo de semana. Profunda reflexção! Que não esqueça-mos de Jesus na sua caminhada. Ele nos fortalece e conforta! Beijos e feliz semana.

ONG ALERTA disse...

Amiga tem dias assim mesmo onde devemos parar olhar para o sol e buscar energia.....
Beijo Lisette.

Rô... disse...

oi minha amiga,

as vezes um trecho do caminho,necessita ser sozinho,
adorei ler...

beijinhos

Mariangela l. Vieira - "Vida", o meu maior presente. disse...

Vim conhecer seu blog e adorei, as postagens são ótimas! te seguindo também!
Abraços,
Mariangela

Marites Rehermann disse...

Olá Maria José, até me emocionei ao ler as suas palavras, refletindo em quanto de verdade há nelas. Precisamos confiar mais, carregar a nossa cruz com resignação, na certeza de que nunca estamos sozinhos!! Maravilhoso post! precisava mesmo ler um texto deste teor!

Beijinhos!!♥