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domingo, 28 de outubro de 2012

CASTELOS DE AREIA



Sol a pino. Maresia. Ondas ritmadas. Na praia está um menino. Ajoelhado, ele cava a areia com uma pá de plástico e a joga dentro de um balde vermelho. Em seguida, vira o balde sobre a superfície e o levanta. Encantado, o pequeno arquiteto vê surgir diante de si um castelo de areia.
Ele continuará a trabalhar a tarde inteira. Cavando os fossos. Modelando as paredes. As rolhas de garrafa serão as sentinelas. Os palitos de sorvete serão as pontes. E um castelo de areia será construído.
Cidade grande. Ruas movimentadas. Ronco dos motores dos automóveis. Um homem está no escritório. Em sua escrivaninha, ele organiza pilhas de papel e distribui tarefas. Coloca o fone no ombro e faz uma chamada. Como que num passe de mágica, contratos são assinados e, para grande felicidade do homem, foram fechados grandes negócios.
Ele trabalhará a vida inteira. Formulando planos. Prevendo o futuro. As rendas anuais serão as sentinelas. Os ganhos de capital serão as pontes. Um império será construído.
Dois construtores de dois castelos. Ambos têm muita coisa em comum: fazem grandezas com pequeninos grãos. Constroem algo do nada. São diligentes e determinados. E para ambos, a maré subirá e tudo terminará. Contudo, é aqui que as semelhanças terminam. Porque o menino vê o fim, ao passo que o homem o ignora.
Observe o menino na hora do crepúsculo. Quando as ondas se aproximam, o menino sábio pula e bate palmas. Não há tristeza. Nem medo. Nem arrependimento. Ele sabia que isso aconteceria. Não se surpreende. E quando a enorme onda bate em seu castelo, a sua obra-prima é arrastada para o mar, ele sorri. Sorri, recolhe a pá, o balde, segura a mão do pai e vai para casa.
O adulto, contudo, não é tão sábio assim. Quando a onda dos anos desmorona seu castelo, ele se atemoriza. Cerca seu monumento de areia, a fim de protegê-lo. Tenta impedir que as ondas alcancem as paredes. Encharcado de água salgada e tremendo de frio, ele resmunga para a próxima onda. “É o meu castelo”, diz em tom de afronta.
O mar não precisa responder. Ambos sabem a quem a areia pertence. Talvez você não saiba muito sobre castelos de areia. Mas as crianças sabem. Observe-as e aprenda. Vá em frente e construa, mas construa com o coração de uma criança. Quando chegar a hora do por-do-sol e a maré levar tudo embora, aplauda. Aplauda o processo da vida, segure a mão do Pai e vá para casa.

5 comentários:

Patricia S² disse...

Sei que a vida é para ser aplaudida de pé,mas não sei se pediria bis hehehe

Beijo

josenaide coelho disse...

Lindooo
Boa noite!
Uma semana
iluminada
com muito
amor e carinho...

Luna disse...

tanto temos a aprender com a simplicidade das crianças, coisa que vamos perdendo ao longo do tempo
beijos

Cidinha disse...

Olá, Maria. Uma linda mensagem! A criança nos mostra a simplicidade das coisas, e por isso devemos aprender com os olhos das crianças. Obrigada amiga! Desejo uma semana de paz e carinho pra vc. Beijos! Bons sonhos.

DONETZKA CERCCK disse...

JÁ CONHEÇO ESSE TEXTO,MARIA ,MAS ADORO LER DE NOVO!

CHEGUEI AQUI ATRAVÉS DO BLOG DE UM AMIGO QUE SIGO E QUE ME SEGUE.

O BLOG REFLEXOS ESPELHANDO AMIGOS.

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