Desde criança, acompanham-nos os
sonhos de todo tipo; daqueles que, enquanto sonhamos, significa o inatingível,
o inalcançável.
Sonhos são projetos de vida, são
os rascunhos de ser feliz.
Quase que invariavelmente, aquele
homem que possui uma vasta coleção de miniaturas de automóveis foi o menino que
se apaixonou por um carrinho visto lá atrás, no passado.
Outros meninos e meninas sonharam
em voar e foram atrás do sonho.
Vieram os voos da adolescência.e
a certeza de quem sempre se soube pássaro.
Um dia, alguém ouviu um
instrumento e as notas lhe tocaram tão fundo a alma que, resolveu entregar sua
vida à musica, ao seu instrumento ou a vários deles.
Ao receber o sorriso de uma mãe,
vários bebês decidiram dançar a vida toda – talvez em busca daquele mesmo
sorriso sincero que recebeu um dia.
Numa época, o teatrinho da escola
fez uma atriz - que tomou para si a responsabilidade de expor as personalidades
de incontáveis mulheres, vistas pelas lentes de sua capacidade de sentir ou
vestir o íntimo de alguém.
Alguns, por toda sorte de
motivos, não conseguiram alcançar seus objetivos e, em sendo assim,
transferiram a seus filhos os próprios sonhos. E conheceram o milagre de ser
feliz pela felicidade de quem se quer bem.
Nem todos os filhos tornaram-se
médicos insuperáveis ou advogadas imbatíveis.
Ficou a alegria sincera de ter
gerado uma esperança, como quem gerou um ser.
Alguns são felizes por verem quem
amam partir e, em nome de tanto bem querer, abrem mão de si próprios com a
absoluta convicção que - poder enxergar novos horizontes pelos olhos de outrem
é a melhor visão do mundo.
Uma coisa é certa: praticamente
todos os sonhos levam ao desejo de felicidade de nós mesmos.
Mas existem alguns seres tão
puros e tão especiais que não podem ser chamados apenas de sonhadores.
São os plantadores do impossível.
Todos os que plantam, precisam da
terra ou de algum meio para fazê-lo. Os plantadores do impossível não.
Não raro, são vistos como loucos
visionários ou idiotas que, em espaços invisíveis – o céu talvez – plantam suas
sementes.
Fazem do espaço infinito, seus
campos de cultivo e poucos, muito poucos, são capazes de visualizar esses
campos.
São os campos do impossível
porque ninguém antes seria capaz de acreditar na ideia que pudessem existir.
Imensidões de plantas estranhas e
invisíveis aos menos atentos – pelo menos enquanto são meras sementes. Templos
da liberdade, nascentes de luz.
Pela obstinação, consciência e fé
do cultivador eles se multiplicam quase que imperceptivelmente.
São incalculáveis glebas tomadas
por sementes de esperança, compreensão, amor, perdão e visão do que há de vir.
Campos de ensinamento - são as
mãos de todos os seres humanos misturando suas raízes.
São paragens de sonhos também e o
que lhes diferencia é não estarem voltados para um só ser. Pertencem a todos,
seguramente.
Agricultores que adubam com a paz
sua terra única, regam suas plantas com lágrimas da emoção de ver alguém mais
feliz. Senhores de trilhas que nos aproximam de Deus.
Plantadores do futuro - ao
ensinar quem os cerca - aguardam serenos, o florescer daquilo que jamais poderá
lhes pertencer como criação própria.
Meros cultivadores do improvável,
do amor sem marcos de propriedade. Amor entre todos os viventes. Doação.
Semeadores de pomares e jardins
que só aparecem depois de maduros e produtivos, onde qualquer um pode colher e
que ninguém sabe explicar de onde surgiram.
Talvez, de um sonho impossível.
4 comentários:
eu gosto desta expressão agricula - plantar. me faz tal bem ler o seu texto. valeu. abraços lamarque
Adorei ....sonhos como rascunhos de sermos felizes!!! funciona bem assim comigo amiga!
bjs Sandra
http://projetandopessoas.blogspot.com//
Oi, Maria. Bom dia! Lindo texto. Plantar e colher sonhos. Acredito também que seja assim! Obrigada pelo carinho. Lindo dia! Plante sonhos! Seja feliz! Bjos.
E viva os loucos visionários e viva os idiotas, pois levam a esperança, a compreensão, o perdão e o amor ao coração daquele que se abre para o Divino.
São anjos disfarçados, mostrando que sim...é possível.
Beijinhos Maria José
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