Aprender a ficar em silêncio, mesmo que acompanhada, é encontrar companhia no nosso próprio mundo interno
Às vezes eu tenho refletido sobre as dificuldades dos encontros afetivos, e não pensem que isto se refere às pessoas que não vivem um roteiro amoroso. Trata-se, na maioria das vezes, do próprio sentimento de solidão e isolamento em casais ou pessoas que vivem longas relações.
Estas “falas” são muitas vezes permeadas de uma sensação de que algo se perdeu ao longo de uma história vivida a dois. Será que de fato vivemos com alguém e conseguimos sempre compartir pensamentos, medos, esperanças e sobretudo silêncios? Às vezes, estes são vividos como uma sensação de abandono, ou de percepção de que não se é mais um casal. Os silêncios muitas vezes revelam aquilo que não pode ser dito: os segredos da intimidade.
Não existe nada mais incômodo do que estarmos em um restaurante e ficarmos mudos, em companhia de nossos parceiros (acho que todos com mais de 40 anos já passaram por esta experiência). Entre você e a pessoa existe um prato de comida, às vezes um vinho que não pode ser brindado e uma sensação de que o "script" não deu certo.
Aprendemos que a vida a dois é jeito mais saudável de passar a vida, e que é importante mantermos isto – ou seja, esta ilusão-relação a qualquer custo. E, em nome de termos alguém, sermos parte de um casal, vivemos muitas vezes o sentimento de solidão e desamparo.
Este sentimento é básico e constituinte de todo ser humano. Nascemos num estado de carência, e vamos ao longo de nossa existência procurando supri-la – a princípio, com nossa mãe. Ao longo da existência, tentamos repetir este padrão na busca de pessoas, amigos e amores que possam suprir este sentimento que sempre nos acompanhará. Não somos completos e, na medida em que vamo-nos desenvolvendo emocionalmente, vamos percebendo que “o outro” também tem suas limitações e não consegue dar conta incondicional de nossos desejos.
A busca de uma mulher-mãe ou marido-pai acaba muitas vezes por deixar rastros incapazes de suprir este desejo. Acabamos por perceber, geralmente na maturidade, que nem sempre (ou melhor, nunca) é possível conseguir isso do outro.
Uma das lições importantes do processo da maturidade seria o resgate de partes de nossos desejos e a capacidade de estarmos só, embora isto não necessariamente signifique solidão. Estarmos acompanhados por nosso mundo interno, o que permite não nos sentirmos tão à mercê do amor e aprovação do outro.
Aprender a dar um espaço entre mim e o outro permite que se estabeleça uma nova forma de comunicação, mesmo que em alguns momentos o som do silêncio se faça presente. É preciso aprender a ouvir as batidas do nosso coração e o que ele nos diz.
Enviado por Rosani Gomes do blog Fragmentos de Uma Alma Perfumada (
8 comentários:
Amiga...muito legal refletirmos sobre este tema...
É sempre muito bom compartilharmos os momentos com o outro, mas temos que aprender também,a conviver com o silêncio, até mesmo, momentos de solidão, para que meditemos acerca de nós mesmos...
Tenha um lindo domingo florzinha!
Beijinhos...
Valéria
OI AMIGA, TUDO DE BOM , UM FINAL DE SEMANA BEM LEGAL. LÍ O POST, TEM MUITAS VERDADES, É DIFICIL A VIDA A DOIS, É PRECISO MUITO AMOR, PACIENCIA, E RENUNCIA DE AMBOS OS LADOS.UM ABRAÇO CARINHOSO CELINA.
O silêncio é dificil de ser entendido, requerer auto-conhecimento e conhecimento do outro.
beijos
é sempre uma lição pra mi quando entro por aqui essa diversidade entre os seres humanos é muito dificil de agreditar, beijos.
que bom voltar aqui.
Um feliz domingo pra vc.
Maurizio
"Saber encontrar a alegria na alegria dos outros, é o segredo da felicidade ."
Beijo.
Amiga linda,
venho aqui pedir desculpa por não ser assídua nas vistas mas por variados motivos tenho estado fora da net.
Hoje vim colocar um vídeo no blog da actuação do bruno e aproveito a passar a mensagem aos amigos que gostavam de o ver.
Espero poder regressar em breve ao convívio que tão bem me faz e que tanto necessito e me deixa imensas saudades de todos v/.
Beijinhos com carinho e a.m do Bruno
Bom dia
Tema cotidiano, mas dificil de ser colcocado em prática. Encontro e desencontros; estar junto e estar separado para um encontro mais efetivo.
Intimidade do eu comigo, intimidade com ou outro. Este é o tema da blogagemm que a Crica está lançando para amanhã (12).Vai participar?
bjs,
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