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terça-feira, 1 de setembro de 2009

CAMINHE A MEU LADO


O que torna um relacionamento inteiro, consistente, e o que faz com que ele desmorone, mesmo às vezes existindo amor? Existência ou a falta de Amor Próprio! Auto-estima comprometida. Perda de valores. Dar poder ao outro. Poder de "me" realizar, de "me" fazer feliz, de "me" sustentar, de "me" amar. E vai poder na mão do outro... ou vem poder do outro na nossa mão, sob nossa responsabilidade. Isso não dá a impressão de uma batata quente? Vai chegar o momento, na melhor das hipóteses, em que cada um vai ter que cuidar da sua "batata" e nem sempre essa troca, essa devolução e recuperação das responsabilidades, essa retomada de poder, esse resgate da auto-estima, essa volta ao próprio eixo, são feitos de forma consciente. Na maioria das vezes a troca de papéis e a dependência da energia do outro estão enraizados de tal maneira que somente uma ruptura é capaz de curar isso. E aí entra a dura realidade, se não for pelo amor, será pela dor. Nenhum Amor resiste à falta de amor-próprio. Esse Amor a que me refiro, esse Amor compartilhado, não se limita apenas a relacionamentos de amantes, mas a toda e qualquer forma de relacionamento em nossas vidas, sejam profissionais, familiares, de amizades, enfim...Quando não assumimos nossa força, a responsabilidade pela nossa vida, nossas escolhas, nossos prazeres, nossos quereres, nossos sonhos, encontramos alguém em nosso caminho e delegamos a essa pessoa o "nosso projeto"... e o que acontece quando esse alguém aceita encarar essa empreitada? Vai abandonar o seu próprio "projeto" para realizar "com amor" o projeto de vida do parceiro. Aliás, a propósito, o que vemos com esmagadora frequência, pela cultura de um patriarcado tão acentuado e prolongado, é a mulher abrindo mão de seu projeto em função do homem - desse ponto, poderia partir para uma quase que inesgotável temática... O que isso pode gerar? Qual a sensação que essa imagem traz? Abuso, frustração, perda de energia, desrespeito... perda de tesão... no parceiro(a), na VIDA!
Mas o que é amor-próprio? O nome já diz, mas muitas pessoas se acham capazes de amar o outro em detrimento de si, como se isso fosse possível. Uma hora vai chegar a carta de cobrança, com tudo listado, item por item, com muita amargura, muita raiva, muita mágoa... é inevitável. Na dependência e co-dependência, o que vemos são pessoas com dificuldades de aceitar suas "diferenças", se unindo na ilusão de que "um completa o outro". São como duas pessoas, cada uma com uma perna só, apoiando-se na outra e tentando caminhar... por mais que pareçam estar se apoiando mutuamente, na verdade cada um está na esperança que o outro o carregue. Cada um tem o seu ritmo, cada um vai dar seu passo no momento que lhe for mais conveniente. É muito cansativo, muito desgastante.
"Não ande atrás de mim, talvez eu não saiba liderar. Não ande na minha frente, talvez eu não queira seguí-lo. Ande ao meu lado, para podermos caminhar juntos." Provérbio UteA cura é se apoiar em si próprio, enfrentar suas dificuldades e limitações, resgatar o poder de ser quem é, a responsabilidade pelos sonhos, resgatar esses sonhos que ficaram lá atrás, esquecidos, enfrentar a realidade que criamos, sem culpa, sem drama, sem deixar que a vítima se faça presente. A cura é brilhar, se tornar uma estrela com brilho próprio, despertar a própria luz. A cura é encontrarmos, com o apoio dessa luz, aquilo que foi para as "sombras", o que foi rejeitado, negado, nossos medos, nossas ilusões. A cura é entrar naquele lugar escuro, onde guardamos ou - será? - esquecemos, tudo o que não serve mais, fazer uma faxina na nossa mente e coração, deixar ir velhos conceitos, velhas crenças... remexer o baú, recuperar jóias esquecidas, mas também saber que irá encontrar poeira, teias, cheiros desagradáveis ... A cura é pedir ajuda... A cura é voltar ao seu próprio centro, a sua realização, à criação. Voltar para o Mundo, estar presente, ter energia própria, fazer a diferença. Criar... criar ...criar...
Para quem conhece o caminho do tarot, essa é a seqüência de cartas que vai da torre - a descida, a quebra, a derrocada, a força capaz de gerar mudanças - até a reconquista do mundo, o resgate da inocência. Isso é Poder. Isso é amor-próprio.

3 comentários:

Teresa Cristina disse...

Aiai...relacionamento em todos os sentidos, o bicho homem consegue complicar tudo num é mesmo???
Nunca gostei daquele dizer q sendo uma homem ou mulher em uma relação haveria que um ceder 50 % da relação e o outro 50%, pra que uma relação desse certo......ceder.....ceder o q???....as cobranças, passar o recibo vem lá na frente sim, isto é mais do q real.
E viva o diálogo, só precisa ser posto em prática em todas as situações e os resultados aparecem, mas o dialogo franco, aberto, transparente, e este dialogo não é só aquele que deve de se ter com o outro mas também consigo mesmo.
*Lindona td de bom pra ti.
Bons sonhos^^
Bjss no ♥ e obg por compartilhar sempre reflexões tão engrandecedoras

Maria José Rezende de Lacerda disse...

Obrigada a você, Teresa, por estar sempre dizendo algo de produtivo e belo no meu blog. Também concordo com voê. Nada melhor que um diálogo franco e honesto com o outro. Mas devemos, primeiro, sermos honestos conosco. Porque ninguém pode dar aquilo que não tem. Beijos.

Claudia Godoy disse...

Olá querida, fiquei feliz ao ver meu texto postado em seu blog...
Bjos