Páginas

domingo, 10 de maio de 2009

TERNURA


Mãezinha querida.
Lembro-me de ti, quando acordei para recordar. Debruçada ao meu berço, cantavas baixinho e derramavas no meu rosto, pequeninas gotas de luz, que mais tarde, vim a saber serem lágrimas.
Aconchegaste-me no colo, como se me transportasses o brando ninho e, desde então nunca mais me deixaste.
Quando os outros iam à festa, velavas comigo, ensinando-me a pronunciar o bendito nome de Deus...

Se eu fugia quebrando o pente, ou se voltava da escola com a roupa em frangalhos, enquanto muita gente falava em castigo, afagavas minhas mãos entre as tuas ou beijavas os meus cabelos em desalinho.
Depois cresci, vendo-te ao meu lado, à feição de um anjo entre quatro paredes... Cresci para o mundo, mas nunca deixei de ser em teus braços, a criança pela qual entregaste a vida.
E, até agora dia a dia, esperas, paciente e doce, o momento em que me volto para teus olhos, sorrindo para mim e abençoando-me sempre, ainda mesmo quando os meus problemas te retalhem o peito por lâminas de aflição!
Hoje, ouvi as músicas dos milhões de vozes que te engrandecem...
Quis apanhar as constelações do céu e misturá-las ao perfume das flores que desabrocham no chão, para tecer-te uma coroa de reconhecimento e carinho, mas, como não pudesse, venho trazer-te as pétalas de amor que colhi em minh´alma.
Recebe-as, mãezinha! Não são pérolas, nem brilhantes da terra. São as lágrimas de ternura que Deus me deu para que te oferte o meu próprio coração, transformado num poema de estrelas.

Nenhum comentário: