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sábado, 28 de março de 2009

A VIAGEM


Dia desses, li um livro que comparava a vida a uma viagem de trem. Uma comparação extremamente interessante, quando bem interpretada... Interessante, porque nossa vida é como uma viagem de trem, cheia de embarques e desembarques, de pequenos acidentes pelo caminho, de surpresas agradáveis com alguns embarques e de tristezas com os desembarques.

Quando nascemos, ao embarcarmos nesse trem, encontramos duas pessoas que acreditamos que farão conosco a viagem até o fim... nossos pais. Não é verdade. Infelizmente, em alguma estação eles desembarcam, deixando-nos órfãos de seus carinhos, proteção, amor, afeto e bom exemplo. Mas isso não impede que, durante a viagem, embarquem pessoas interessantes que virão ser especiais para nós... ... Nossos irmãos, amigos e... amores! Muitas pessoas tomam esse trem a passeio. Outras, contudo, fazem a viagem experimentando somente tristezas. E no trem há, também, outras que passam de vagão em vagão, prontas para ajudar quem precisa. Muitos descem e deixam saudades eternas... Outros tantos viajam no trem de tal forma que, quando desocupam seus assentos, ninguém sequer percebe... Curioso é considerar que alguns passageiros que nos são tão caros, acomodam-se em vagões diferentes do nosso... Isso nos obriga a fazer essa viagem separados deles. Mas isso não nos impede de, com grande dificuldade, atravessarmos nosso vagão e chegarmos até eles. Essa viagem é assim: cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperanças, embarques e desembarques... Sabemos que esse trem jamais volta... Façamos essa viagem da melhor maneira possível, tentando manter um bom relacionamento com todos, procurando em cada um, o que tem de melhor, lembrando sempre que, em algum momento do trajeto poderão fraquejar, e, provavelmente, precisaremos entender isso. Nós mesmos fraquejamos algumas vezes e, certamente, alguém nos entendeu e nos ajudou... O grande mistério é que não sabemos em qual parada desceremos... E fico pensando... quando eu descer desse trem sentirei saudades? Sim. Deixar meus filhos viajando sozinhos será muito triste. Separar-me dos amigos que nele fiz, do amor da minha vida... será para mim dolorido... Mas me agarro na esperança de que, em algum momento, estarei na estação principal, e terei a emoção de vê-los chegar com sua bagagem, que não tinham quando embarcaram... Quem entrará? Quem sairá? Eu gostaria que você pensasse no desembarque do trem, não como a representação da morte, mas como o recomeço de uma nova vida após esta vida. Acreditar que esta viagem nos levará para um lugar melhor é sinal de fé. Os que ainda não embarcaram, devem ter força e coragem para aceitar aquilo que não podem mudar e devem ter a capacidade de reconstruir e recomeçar...

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