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domingo, 8 de março de 2009

AFINIDADE


Não é o mais brilhante, mas é o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos.
Não importa o tempo, a ausência, os adiantamentos, a distância, as impossibilidades. Quando há AFINIDADE, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto, no exato ponto onde foi interrompido.
AFINIDADE é não haver tempo mediante a vida.
É a vitória do adivinhado sobre o real, do subjetivo sobre o objetivo, do permanente sobre o passageiro, do básico sobre o superficial.
Ter AFINIDADE é muito raro, mas quando ela existe, não precisa de códigos verbais para se manifestar. Ela existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixam de estar juntas.
AFINIDADE é ficar longe, pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem, sensibilizam.
AFINIDADE é receber o que vem de dentro com uma aceitação anterior ao entendimento.
AFINIDADE é sentir com... Nem sentir contra, sem sentir para... Sentir com e não ter necessidade de explicação do que está sentindo. É olhar e perceber.
AFINIDADE é um sentimento singular, discreto e independente. Pode existir a quilômetros de distância, mas é adivinhado na maneira de falar, de escrever, de andar, de respirar...
AFINIDADE é retomar a relação no tempo em que parou. Porque ele (tempo) e ela (separação) nunca existiram. Foi apenas a oportunidade dada (tirada) pelo tempo para que a maturação pudesse ocorrer e que cada pessoa pudesse ser cada vez maior.

Um comentário:

Maria José Rezende de Lacerda disse...

É um dos poucos sentimentos que resistem ao tempo e ao depois. Ele vence distâncias, por maiores que sejam. Afinidade é o que eu sinto por você, filha, mesmo sabendo que moramos em dimensões espirituais diferentes. É olhar para a Lua e saber que você, em algum lugar, também está olhando a mesma Lua e pensando em mim, assim como estarei pensando em você. Porque afinidade dispensa palavras e proximidades. Ela vive e permanece sempre em nossos corações. Para sempre!