Tem dia em que eu acordo e, de verdade, pouco
importam as minhas dificuldades, sejam elas até já desgastadas pelo tempo,
sejam elas viçosas, recentemente inauguradas, tudo me parece perfeito. Tudo é
como pode ser agora, eu estou onde consigo estar, o tempo das coisas é o tempo
das coisas, e isso vale também para cada pessoa que compartilha a sala de aula
comigo.
Tem dia em que eu acordo e faço contato com uma
gentileza tão linda que desconhece essa história de acertos e erros, sejam meus
ou alheios, viver é trabalhoso e todo mundo se atrapalha, de um jeito ou de
outros. Toda gente só precisa de consciência, cura e amor. Toda gente só quer
ser feliz. Não há motivo para pressa e também não há estagnação, eu permito que
a vida possa simplesmente fluir, sem tentar, em vão, amarrar ou alterar o jeito
de dizer das suas ondas.
Este sentimento pode durar poucos quarteirões do
dia, um monte deles, até mesmo só alguns centímetros de passo, enquanto dura é
absoluto. E eu me sinto feliz e grata por tudo, vejo amor, mestria, chance de
aprendizado, em cada ínfima coisa que me acontece. Ainda que chova, e às vezes
chove muito, a memória da ternura luminosa e imutável do sol faz-me lembrar da
natureza preciosa da vida. O sol não vai a lugar nenhum, ele fica exatamente
onde está, mas a nuvem, a chuva, sempre passam.
Tem dia em que eu acordo lindeza e coloco bobagem
pra dormir porque a nítida prioridade é a harmonia do meu coração, o
contentamento natural capaz de me nutrir, proteger e me ajudar a seguir. Este
sentimento pode durar poucos quarteirões do dia, um monte deles, até mesmo só
alguns centímetros de passo, enquanto dura é lembrança da realidade divina
perene que é sol por trás da temporária nuvem, da temporária chuva, que possam
molhar os olhos da personagem. Enquanto dura é alegria e descanso e eu lembro
do que, de verdade, me importa.
Tem dias em que tudo a nossa volta é mais bonito, e mais gostoso
ResponderExcluirDevemos aproveitar muito esses dias.
bjokas =)