A maior parte das pessoas está tão distraída com os
seus pensamentos, tão identificada com a voz que existe dentro da sua cabeça,
que já não consegue sentir a vivacidade existente dentro de si. Não sermos
capazes de sentir a vida que anima o corpo físico, a própria vida que somos, é
a maior privação que nos pode acontecer. Começamos então a procurar não só
substitutos para esse estado natural de bem-estar interior, como também algo
que encubra o mal-estar permanente que sentimos quando não estamos em contato
com a vivacidade, que está sempre presente, mas da qual geralmente não damos
conta.
Alguns substitutos procurados pelas pessoas são, por
exemplo, os estados intensos induzidos pelas drogas, a estimulação sensorial
excessiva, a música exageradamente alta, as emoções fortes ou atividades
perigosas, ou uma obsessão pelo sexo. Qualquer drama existente numa relação é
utilizado como substituto para essa sensação de vivacidade genuína. O disfarce
mais procurado para encobrir esse contínuo mal-estar de fundo é o das relações
íntimas: um homem ou uma mulher que irá «fazer-me feliz». Obviamente, também é
uma das causas mais frequentes das «desilusões». E, quando o mal estar vem de
novo à tona, as pessoas geralmente atribuem as culpas ao seu companheiro ou
companheira.
Um comentário:
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