Quem se lembra dos seus
primeiros passos?
Quem se lembra da ousadia
com que avançamos, levantando depois de cada queda?
Quando damos nossos
primeiros passos na vida não tememos o cair, o não conseguir. Há em primeiro
lugar aquela enorme força interior de fazer como gente grande, nosso instinto
animal de imitar. E depois há a confiança. E, um dia, para surpresa da família,
saímos andando. No início desequilibrados, vamos de um lado para o outro, mas
pouco a pouco ficamos cada vez mais firmes, nosso corpo se acostuma com nosso
peso. E um dia corremos. E isso torna-se tão natural que nem pensamos o quanto
é importante andar.
Então, novos passos
começam. E é interessante notar que quanto mais crescemos, quanto mais ficamos
conscientes, mais tememos cair, não conseguir chegar a algum lugar. Assim, o
primeiro tudo sempre causa medo, espanto. Primeiro dia de escola, primeiro
amor, primeiro beijo, primeiro desencanto...
O medo nos freia muitas
vezes. No princípio, do desconhecido. Por que iniciar algo é quase sempre como
entrar numa sala escura. E até acharmos o interruptor, podemos andar e andar...
sem saber ao certo aonde. Depois, o que nos freia pode ser o medo do já
vivido, já experimentado. É a velha história do gato escaldado. Não... há
pessoas que preferem passar o resto da vida no comodismo do que tentar
descobrir algo novo, ou diferente.
E a vida passa...
independente dos nossos passos.
Às vezes nos
surpreendemos pensando por que as coisas acontecem para os outros e não para
nós. E simplesmente nos esquecemos que não demos o primeiro passo. É verdade
que nem sempre temos pessoas com os braços estendidos nos esperando para nos
apoiar, mas tal qual os equilibristas, muitas vezes é necessário abrir os
braços para se encontrar o próprio equilíbrio. Além disso, quem disse que não
existem braços estendidos para nos apoiar? Eu acredito em Anjos...
O importante é dar o
primeiro passo, que seja na carreira profissional ou na vida de todos os dias.
Os outros se seguirão, cada vez com mais firmeza. Mas ser confiante não
significa não ser vigilante. Porém quando enfrentamos nossos temores percebemos
que eles nem sempre têm razão de ser. Nossos "monstros" são bem
maiores na nossa imaginação que na realidade. A melhor maneira de enfrentar um
grande medo é encará-lo. E isso em qualquer área da nossa vida.
E assim vai a vida... com
passos que se seguem, que se sucedem. Se avançamos ou se andamos para trás, vai
depender de nós. O importante é não hesitar.
E partir à descoberta do
novo, de novas oportunidades, novas emoções, novo mundo que podemos nós mesmos
criar.
E com a sabedoria que
recebemos do céu, se damos um primeiro passo, chegaremos certamente a algum
lugar.
Lindíssimo texto!
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