Páginas

sábado, 1 de novembro de 2014

A PONTE DA INDIFERENÇA




As pessoas hesitam atravessar a ponte da indiferença porque temem o encontro com a própria dor ou condição.
Nos imaginamos sempre jovens, bonitos, saudáveis e completos. Não imaginamos as perdas, a solidão, a velhice, a invisibilidade diante de uma sociedade que prefere fazer-se cega.
O "isso só acontece com os outros" toca mais nosso coração que o "e se fosse comigo? E se fosse eu a ter perdido uma perna, o emprego, o amor ou minha dignidade?"
Se os corações conseguissem criar asas de vez em quando e colocar-se no lugar do outro, eles seriam mais abertos, menos cerrados e mais receptivos. Eles teriam olhos, ouvidos atentos, braços imensamente longos.
Evitamos os caminhos pedregosos, evitamos as situações impossíveis e as lágrimas alheias. Pensamos que não somos responsáveis pelos males da sociedade e por isso mesmo não devemos nos envolver. Nunca nos vemos desse lado da ponte onde carências existem e nem nos passa pela cabeça que o fio que separa um lado do outro seja tão ínfimo, tão frágil, tão delicado.
Colocar-se no lugar do outro dói menos que estar no lugar dele. Mas nem essa linha queremos atravessar!...
Se o fizéssemos haveria menos solidão, mais compreensão, menos suicídios, mais esperança, menos marginalização e uma possibilidade muito maior de um dia, se por acaso estivermos, pelos contrários da vida, do outro lado, uma mão estendida na nossa direção.

Um comentário:

  1. Olá, Maria. Uma belissíma reflexção com sentido profundo e verdadeiro. Tudo seria tão diferente!!! Adorei a imagem também. Querida amiga, obrigada!! Bom domingo.... que a paz e as bençãos do Pai esteja sempre presente na sua vida.... no seu coração. Meu carinho e meu abraço!!

    ResponderExcluir