As pessoas hesitam atravessar a ponte da
indiferença porque temem o encontro com a própria dor ou condição.
Nos imaginamos sempre jovens, bonitos,
saudáveis e completos. Não imaginamos as perdas, a solidão, a velhice, a
invisibilidade diante de uma sociedade que prefere fazer-se cega.
O "isso só acontece com os
outros" toca mais nosso coração que o "e se fosse comigo? E se fosse
eu a ter perdido uma perna, o emprego, o amor ou minha dignidade?"
Se os corações conseguissem criar asas
de vez em quando e colocar-se no lugar do outro, eles seriam mais abertos,
menos cerrados e mais receptivos. Eles teriam olhos, ouvidos atentos, braços
imensamente longos.
Evitamos os caminhos pedregosos,
evitamos as situações impossíveis e as lágrimas alheias. Pensamos que não somos
responsáveis pelos males da sociedade e por isso mesmo não devemos nos
envolver. Nunca nos vemos desse lado da ponte onde carências existem e nem nos
passa pela cabeça que o fio que separa um lado do outro seja tão ínfimo, tão
frágil, tão delicado.
Colocar-se no lugar do outro dói menos
que estar no lugar dele. Mas nem essa linha queremos atravessar!...
Se o fizéssemos haveria menos solidão,
mais compreensão, menos suicídios, mais esperança, menos marginalização e uma
possibilidade muito maior de um dia, se por acaso estivermos, pelos contrários
da vida, do outro lado, uma mão estendida na nossa direção.
Olá, Maria. Uma belissíma reflexção com sentido profundo e verdadeiro. Tudo seria tão diferente!!! Adorei a imagem também. Querida amiga, obrigada!! Bom domingo.... que a paz e as bençãos do Pai esteja sempre presente na sua vida.... no seu coração. Meu carinho e meu abraço!!
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