A boa mãe é aquela que vai se
tornando desnecessária com o passar do tempo.
Várias vezes ouvi de um amigo
psicanalista essa frase, e ela sempre me soou estranha.
Chegou a hora de reprimir de vez
o impulso natural materno de querer colocar a cria embaixo da asa, protegida de
todos os erros, tristezas e perigos. Uma batalha hercúlea, confesso.
Quando começo a esmorecer na luta
para controlar a supermãe que todas temos dentro de nós, lembro logo da frase,
hoje absolutamente clara. "Se eu fiz o meu trabalho direito, tenho que me
tornar desnecessária."
Antes que alguma mãe apressada me
acuse de desamor, explico o que significa isso. Ser “desnecessária” é não
deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre existirá, provoque vício e
dependência nos filhos, como uma droga, a ponto de eles não conseguirem ser
autônomos, confiantes e independentes. Prontos para traçar seu rumo, fazer suas
escolhas, superar suas frustrações e cometer os próprios erros também.
A cada fase da vida, vamos
cortando e refazendo o cordão umbilical. A cada nova fase, uma nova perda é um
novo ganho, para os dois lados, mãe e filho.
Porque o amor é um processo de
libertação permanente e esse vínculo não para de se transformar ao longo da
vida. Até o dia em que os filhos se tornam adultos, constituem a própria
família e recomeçam o ciclo.
O que eles precisam é ter certeza
de que estamos lá, firmes, na concordância ou na divergência, no sucesso ou no
fracasso, com o peito aberto para o aconchego, o abraço apertado, o conforto
nas horas difíceis.
Pai e mãe - solidários - criam
filhos para serem livres. Esse é o maior desafio e a principal missão.
Ao aprendermos a ser
“desnecessários”, nos transformamos em porto seguro para quando eles decidirem
atracar.
"Dê a quem você ama:
- Asas para voar...
- Raízes para voltar...
- Motivos para ficar." (Dalai
Lama)
Enviado por Jorge do blog Nectan Reflexões e foi aqui postado, por ser pertinente à proposta do Arca.
Boa Mãe ou bom Pai são aqueles que se doam e que sabem deixar crescer os filhos de modo que dispensem a presença e os cuidados paternais.
ResponderExcluirEscola de Pais não é pêra doce...
oi minha amiga,
ResponderExcluirpara pensar muito,
como é difícil deixá-los voar sozinhos,
a nossa tendência é sempre cobrar a presença deles...
para continuar pensando...
beijinhos