Em plena juventude, como
fruto verde que aguarda a primavera, esperei intensamente pelo amor. Todas as
manhãs, abria a janela de minha alma e esperava que o novo dia me trouxesse o
amor.
E porque ele tardasse a
chegar, fechei as portas e janelas, selei os portões e saí pelo mundo. Andei
por caminhos inúmeros e estradas solitárias. Por vezes, ouvia o cortejo do amor
que passava ao longe. Corria e o que conseguia ver era somente corações em festa,
risos de alegria. O amor passara e eu continuava só.
Algumas noites, chegando
às cidades com suas mil luzes piscando vida, ousava olhar para dentro dos
recintos. Via mães acalentando filhos, cantando doces canções de ninar, casais
trocando juras, crianças dividindo brincadeiras entre risos e folguedos.
Em todos estava o amor.
Somente eu prosseguia solitário e triste.
Depois de muito vagar,
tendo enfrentado dezenas de invernos, resolvi retornar. De longe, pude sentir o
perfume dos lírios. Quando me aproximei, pude ver o jardim saudando-me.
– Você voltou! – Falaram
as rosas, dobrando as hastes à minha passagem.
– Seja bem vindo! –
Disseram as margaridas, agitando as corolas brancas.
– É bom tê-lo de volta! –
Saudaram os girassóis, mostrando suas coroas douradas.
Tanto tempo havia se
passado e, de uma forma mágica, os jardins estavam impecáveis. As cores bem
distribuídas formavam arabescos na paisagem.
Uma emoção me invadiu a
alma. Abri as portas e janelas do meu ser. Debruçado à janela da velhice,
fitando a ponte que me levará para além desta dimensão, o amor passa por minha
porta.
Apressadamente, coloco
flores de laranjeira na casa do meu coração. Atapeto chão para que ele entre,
iluminando a escuridão da minha solidão. Tremo de ternura. Já não sofro desejo,
nem aflição.
Os olhos felizes do amor
fitam os meus olhos quase apagados, reacendendo neles a luz que volta a
brilhar. Há tanta beleza no amor que me emociono.
Superado o egoísmo, não
lhe peço que entre e domine o meu coração rejuvenescido. Em razão disso, agora
que descubro de verdade o que é o amor, não o retenho. Deixo-o seguir porque
amando, já não peço nada. Agora posso me doar aos que vêm atrás, em abandono e
solidão.
Aprendi a amar.
Feliz é a criatura que
descobriu que o melhor da vida é amar.
Feliz o que leu e entendeu
o cântico do pobre de Assis: é dando que se recebe, é perdoando que se é
perdoado, é melhor amar que ser amado.
Por ser de essência
divina, o amor supre na criatura todas as suas necessidades e a torna feliz,
mesmo em meio às dificuldades, lutas e tristezas.
Redação do momento
espírita, com base no livro Estesia, ditado pelo espírito Rabindranath Tagore,
psicografia de Divaldo Pereira Franco.
ResponderExcluirPrecioso este texto..! Y cuanta razon hay en el me ha encantado.! Ya me habia quedado por aca..Un calido saludo
Linda este texto ..! E como ali em me feliz.! Eu já tinha passado por aqui .. Uma calorosa saudação
oi minha amiga,
ResponderExcluirlindo texto esse que você escolheu,
pra mim o amor é mesmo a grande essência,
o mágico elixir,
e o perfeito tônico,
da alquimia da vida mais feliz...
beijinhos